Aceitação Incondicional não é Amor

Geralmente confundimos o aceitar o outro de uma forma genérica com o amor, como se o amor fosse passivo e acolhedor de uma forma onde não consegue se impor. Muitas mulheres acreditam que se o homem recusar fazer algo para ela ou por ela, isto é prova de que ele não a ama mais ou que simplesmente parou de se importar com ela, e isso não é necessariamente verdade. Claro que cada caso é um caso e, às vezes, o homem passa a colocar a mulher como segundo plano, devido a vários fatores, mas estamos falando aqui daquele relacionamento onde um aceita o que o outro faz ou impõe, mesmo que isto  lhe faça mal, apenas para se adequar na relação.


Veja bem, a aceitação existe sim em um relacionamento, mas ela precisa ser “filtrada” de forma que não se passe a aceitar o que não condiz com a nossa personalidade ou com nossas crenças.Algumas mulheres costumam, no início de um relacionamento, para mostrar que são ideais para o homem, fazer tudo o que ele pede, das mais diferentes maneiras, e isto poderá fazer com que o homem associe o amor com ela fazer tudo e aceitar tudo o que ele quer, desta forma. Quando esta mulher passar a ser mais seletiva sobre o que pretende ou não fazer neste relacionamento, até porque os pedidos desse homem começam a ficar cada vez mais complicados, o simples não desta mulher pode fazer com que o homem passe a acreditar que ela esta “deixando” de amá-lo, afinal, ele não está acostumado com o não.

Este tipo de relação é comum também entre mãe e filho, onde a mãe, para mostrar-se provedora e cuidadosa, faz tudo que o filho deseja e pede, pois nada pode lhe faltar, sem pensar que a imposição de limites já começa desde cedo e que nem sempre conseguiremos ter tudo o que desejamos. Isto pode fazer com que esta criança cresça e torne-se este homem que não sabe receber um não.

Em um primeiro momento, a mulher, futura namorada ou esposa deste homem, pode repetir o papel desta mãe e, com o tempo, ao negar, sejam as menores coisas, podem acontecer consequências das quais não esperávamos.

Por isto, em um relacionamento, desde seu princípio, é preciso que estejamos sempre de acordo com nossas crenças, não deixando de ser nós mesmos para agradar o outro. Pois podemos pensar que o outro se sentirá mais rapidamente confortável conosco quando fizemos isto. Não pode-se negar que no primeiro momento, adequar-se ao outro, é uma maneira mais fácil de que o outro nos aceite, mas as consequências a longo prazo disto podem fazer com que o relacionamento chegue ao fim.

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É nestes momentos que acontece a tão famosa frase, comumente dita pelos homens “Mas ela não era assim quando nos conhecemos”. Realmente existem mudanças significativas nos integrantes do relacionamento, que geralmente crescem de alguma maneira juntos, mas quando a mudança é muito repentina, pois paramos de nos adequar ao outro para mostrarmos o que realmente somos  – não digo isto de uma forma negativa -, a probabilidade de assustarmos o parceiro é muito maior.

Ou seja, além de estarmos sempre coerentes com nossas crenças nos início dos relacionamentos, sendo o mais verdadeiros possíveis com o outro, é importante também que não sejamos tentados a fazer com que o outro se adeque ao que nós achamos que é certo ou errado. Estar em um relacionamento é um escolha e quando seus integrantes precisam de alguma forma mudar drasticamente para que o relacionamento aconteça, talvez esta escolha não tenha sido feita da forma mais saudável ou com o melhores propósitos. A aceitação incondicional de tudo que o outro faz ou tudo que ele deseja que façamos ou até mesmo sejamos, não é amor, é mascarar o que somos para nos adequar ao ideal de alguns. A busca pelo eu (self) deve ser feita como um processo. A aceitação do eu é consideravelmente muito mais importante do que buscar esta aceitação no outro.

Este artigo foi escrito por um dos nossos especialistas.

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