Quando o divórcio é inevitável

O divórcio pode ser o pior momento em um relacionamento amoroso, principalmente quando não ocorre de forma amigável. Vamos abordar este tema aqui, deixando de lado os parâmetros legais, nos voltando apenas às consequências emocionais e principalmente quais comportamentos ter neste momento. É importante ressaltar que o divórcio traz consigo também um período de luto, tanto para os integrantes do relacionamento quanto para os filhos dos mesmos. Por ser um momento em que existem grandes mudanças de vida e de comportamentos.

Vamos separar este artigo portanto em duas parte, falando sobre o divórcio em si e em seguida, dando dicas do que fazer para este momento deixar de ser tão doloroso.

Infelizmente na contemporaneidade a quantidade e frequência dos divórcios tem subido de forma exorbitante, fazendo com que os relacionamentos amorosos tornem-se incertos e principalmente breves. Para muitas pessoas, o início do relacionamento já está vinculado diretamente ao seu término, com o pensamento de que “se não der certo, é só terminar” isto serve também para os casamentos. A consequência disto é essa grande quantidade de divórcios e separações, onde uma mesma pessoa divorcia-se várias vezes. Podemos pensar em alguns exemplos midiáticos onde isto ocorre com frequência, para nos mostrar que até mesmo as pessoas famosas tem problemas neste aspecto da vida deles. Não que eles sejam diferentes de nós, mas isto ressalta como o divorcio está presente em nosso cotidiano.

O divórcio se faz muito necessário em alguns casos, mas antes de levar o relacionamento às últimas consequências, é interessante tentar resolver os problemas existentes na relação. Esses problemas sempre existiram e sempre existirão, de forma que não deve-se tentar apenas resolver os problemas atuais de forma imediata e pensar que tudo está bem, é importante desenvolver-se tanto como pessoa, quanto como casal, para que estejam prontos para resolver também, juntos, os problemas futuros. Em alguns casos, a terapia de casal pode servir para mostrar que o relacionamento deve continuar, ou mesmo para esclarecer que o relacionamento deve realmente chegar ao fim, nós falamos um pouco disto nas “5 perguntas que dizem se vocês precisam de terapia para casal” (https://cerebromasculino.com/5-perguntas-dizem-precisam-de-terapia-de-casal/).

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Esta terapia pode servir para você ter certeza que tentou de tudo no relacionamento e não ficar com a dúvida posterior de “será que teríamos dado certo se tivéssemos continuado juntos?”, Está dúvida está presente em muitas mulheres, até mesmos naquelas que demonstram ter certeza de que estão melhores sem ele, mas esta dúvida ainda surge. É importante portanto, ter a certeza de que o relacionamento não tem mais futuro, quando ainda se está no relacionamento, pois ao término dele, as dúvidas começam a aparecer, trazendo consigo muitas consequências negativas.

Deixado as causas do divórcio de lado, tendo em vista que são subjetivas e próprias de quem está passando por este momento, vamos nos concentrar em algo que é compartilhado entre quem está nesta situação, que são as consequências do divorcio. Para os integrantes, o divórcio traz grande momento de tristeza e dor, que podem ser observados também nos filhos dos pais divorciados, que passam também por este momento de “perda”, não é uma perda material, mas uma perda da presença e da segurança familiar, sem um dos membros presente. Quando existe também a violência familiar precedente ao divorcio e vivenciada pelos filhos, esta dor pode ser ainda mais atenuada, trazendo maiores consequências emocionais, levando a distúrbios do comportamento, falta de limite, problemas na estruturação psíquica e assim por diante.

É importante lembrar que o mau casamento pode ser tão negativo para as crianças quanto o divórcio. Alguns estudos afirmam que o clima violento em casa traz para a criança desadaptação social e problemas comportamentais, essa violência pode ocorrer no momento precedente ao divórcio ou em famílias “intactas” (onde não ocorreu o divórcio). Desta forma, a maneira como o divórcio ocorre influencia e muito na vida das crianças e até mesmo na vida dos integrantes do relacionamento amoroso.

Para os integrantes, o mau divórcio pode acarretar problemas em adquirir novos relacionamentos ou até mesmo falta de vontade de tentar novamente ter uma outra relação. O divorcio está também associado à muitos casos de depressões em mulheres, principalmente quando houve quebra de confiança na relação (traição) ou até mesmo tenha acontecido de forma repentina.

Outro aspecto muito importante do divórcio é saber como se comportar tanto no momento do mesmo, quanto depois do divórcio, pensando nisto, separamos algumas dicas do que fazer neste momento de sua vida.

1) Entenda seus sentimentos

Neste momento, é comum que os sentimentos negativos estejam mais presentes, isto faz com que seja preciso entender e perceber estes sentimentos como consequência do que você está passando. É recomendável não tentar fingir que está tudo bem ou que esses sentimentos não existem. Eles existem sim e estão te demonstrando que você precisa se resguardar um pouco para que a situação melhore. É importante perceber estes sentimentos como passageiros, pense neles como um perídio de luto mesmo. É preciso passar por este momento para que você consiga retomar sua rotina e realizar o que lhe traz satisfação.

Neste momento, algumas coisas simples que você fazia antes, podem tornar-se mais difíceis de serem realizadas. É importante que você continue tendo os mesmos costumes que te faziam bem. Mesmo que não tenha vontade de fazer nada, é preciso continuar com a rotina, se não for por prazer, faça por obrigação, pois agora, pelo menos por um tempo, algumas coisas que traziam prazer antes, podem não trazer agora.

2) Ele é seu “ex” e não seu inimigo

Este é um tema importante a ser tratado. Ao fim dos relacionamentos, muitas pessoas passam a tratar o ex-parceiro como um verdadeiro inimigo, como se tudo o que tivessem vivenciado até então não tivesse valido de nada, existindo apenas as partes ruins. É importante perceber que você quem escolheu partilhar uma relação com aquela pessoa e se não deu certo, independente do motivo, isto não lhe dá o direito de trata-lo com falta de respeito ou agressões (isto serve para as duas partes). Desta forma, no lugar de transformar o divórcio em um verdadeiro campo de batalha, faz-se necessário buscar meios para que ambos consigam se entender neste momento.

Tenha em mente que você tem seus direitos e busque-os o quanto antes, isto já lhe é assegurado, assim como o seu ex-parceiro também tem os direitos dele, portanto, não há motivos para brigar por isto. É importante ressaltar também que o vínculo com os filhos deve permanecer, mesmo quando não há mais relação. Isto é importante para eles, sendo este também um momento para pensar nos filhos. A boa relação entre pais (ambos) e filhos, ainda existe mesmo depois do divórcio.

3) O que fazer em relação aos filhos?

Lembre-se que este momento também é muito difícil para os filhos, é importante ser sincera com ele e contar realmente o que está acontecendo. O mais importante é tentar resolver com o parceiro a situação de uma maneira não agressiva e não violenta, e mostrar para os filhos que este término ocorreu com consentimento de ambos e que vocês decidiram juntos por um fim na relação. Explique para eles que cada um terá a sua casa, mas que ainda serão seus pais. Elaborar esquemas de visitação que não prejudique seus filhos e não os deixem demasiado tempo sem contato com um dos pais.

O mais importante a se fazer neste momento é evitar a alienação parental, ou seja, não diga para seus filhos que a culpa é do outro, ou que o outro fez com que isto ocorresse, tampouco fale mal do parceiro para a criança. É importante saber que por mais que não exista um relacionamento, ele continuará sendo pai da criança, uma parte fundamental para sua estruturação, precisando, mesmo com a distância, tê-lo como porto seguro, figura e exemplo (o mesmo ocorre com a mãe).

4) Aceite a separação

O maior problema que encontramos em casais separados, é uma não aceitação desta separação. Isto significa que não ocorreu o corte no vínculo, entre os dois ou entre uma das partes. Quando isto ocorre, é muito comum de que os problemas continuem mesmo depois do divórcio, e um acaba não aceitando o outro na sua situação atual, tentando meter-se novamente em sua vida e até  mesmo agindo como se ainda estivessem juntos. Isto pode ocorrer de forma inconsciente, que é quando a pessoa não percebe que está se comportando desta maneira, ou de forma consciente, que geralmente está ligada a vontade de reatar o relacionamento.

5) Existe vida pós divórcio!

Por mais que este seja um momento de dificuldade na sua vida, é preciso ter em mente que existe sim vida pós-divórcio. Com o tempo você passa a ter outros focos na vida, que não seja o relacionamento, sejam os filhos, o trabalho ou quaisquer coisa que você passe a se dedicar, fazendo com que a dor e o sofrimento continuem diminuindo, pois a maior dádiva nossa é conseguir nos adaptar à novas realidades.

Com o tempo é interessante, caso seja de seu interesse, voltar a sair e até mesmo relacionar-se com outras pessoas. O tempo para que isto ocorra varia de pessoa para pessoa, levando em consideração também as suas motivações. Estudiosos afirmam que o tempo necessário para realmente deixar de lado um relacionamento amoroso passado, estando pronto para iniciar outro é cerca de dois anos.

Com este tempo, já passaram as etapas negativas do término do relacionamento e até mesmo o luto pelo fim do mesmo já chegou ao fim, deixando a pessoa pronta para uma nova jornada, diferente da qual passou, buscando novas experiências. Por isto é importante também não fingir que está tudo bem, escondendo os próprios sentimentos. É preciso vivenciar o momento para poder realmente superá-lo.

Este artigo foi escrito por um dos nossos especialistas.

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