Conceitualmente o diálogo é uma conversa entre duas ou mais pessoas, uma troca de ideias para se chegar a um bom entendimento. Tendo como fundamento esse conceito, uma pessoa que conversa consigo seria portadora de algum problema mental ou social. Pois, só alguém com algum distúrbio ou com falta de “amigos” preferiria manter um diálogo com ele mesmo do que com outra pessoa.
Será mesmo que possuir um debate com o próprio ser te faz alguém problemático?
Ter um diálogo lúcido, aberto e, algumas vezes, silencioso com o nosso próprio ser nos dá a possibilidade de nos conhecermos melhor, de nos interiorizarmos, de penetramos nos vales mais profundos do nosso íntimo. Com isso, temos a possibilidade de questionar nossas verdades, intervir nos nossos temores, reavaliar nossa postura de vida, aquietar nossos pensamentos, apaziguar nossas emoções, entre outras ações que melhoram nossa qualidade de vida, nossos relacionamentos sociais e, principalmente, a relação que temos com nós mesmos.
Porque pessoas de elevada cultura e saber acadêmico, muitas vezes, se comportam como completos idiotas?
Porque seres humanos que alcançaram um alto sucesso social, muitas vezes, tem uma postura equivocada com o próximo?
Porque grandes líderes não conseguem colocar ordem dentro da sua própria casa?
Estas e outras incongruências poderiam não existir, se utilizássemos de forma constante a arte do auto diálogo. Traumas poderiam ser curados, conflitos poderiam ser solucionados, dificuldades poderiam ser superadas, vidas poderiam tomar novos rumos.
Certa vez, o renascentista Réne Descartes disse: “ego cogito ergo sum”. Em síntese, duvide, questione. E, partindo do pressuposto de praticar a arte da dúvida, de forma constante, é que o autodiálogo se alicerça. Todo questionamento, toda dúvida possui um elemento comum, o sinal de interrogação. Ele não aplaude, nem recrimina. Surge como um elemento desafiador. Portanto, não só medos, traumas, conflitos e dificuldades devem ser questionados pelo seu “eu”, mas também, suas verdades, suas ações, sua postura, seus propósitos, suas metas.
Você deve ser capaz de questionar, desafiar a si próprio sem muita eloquência, de forma simples e direta com perguntas tipo: Como? Onde? Quando? Por quê? Quais os fundamentos? Vale a pena? Entre outras… E, a partir das respostas lúcidas e sinceras que obter, procurar intervir, diretamente, no que te faz mal e/ou realinhar sua postura de vida.
Apesar de ser um procedimento simples, o seu êxito depende da sua pratica continua. Afinal a sua vida e sua mente não param. Além desse debate íntimo promover uma melhoria na gerência dos seus pensamentos e qualidade de vida, ele expande sua inteligência e te torna um ser pensante, te tira do grande “nicho” que se encontram os meros repetidores de ideias. Portanto, loucura é não praticá-lo.
Pedro Ivo Genú
3 comentários No Autodiálogo – Loucura ou Sensatez?
kkkkkkkkkkk sei sei….eu tb gosto ju…
Faz muito bem Jussara Melo.
🙂
Digamos que eu costumo dialogar sempre comigo mesma hehehehe