Imagem: http://www.bulevoador.com.br/2010/05/um-ataque-a-favor-dos-direitos-das-mulheres/

Hoje teremos mais um post da leitora Tati Pimenta.

“Foi numa aula de Antropologia Religiosa que me pus a refletir sobre a pergunta do professor:

‘Quem são as mais oprimidas, as mulheres ocidentais ou orientais’?

Imediatamente imaginei suas burcas, as poucas conquistas diante de tantas lutas… era óbvio que elas são as oprimidas.

No decorrer do discurso, me surpreendi com um vídeo que na época teve grande repercussão na mídia. Uma afegã apelava: ‘Por favor, diga à mídia ocidental que NÃO somos mulheres oprimidas de burcas. Por quê achar que nós sofremos mais que vocês? Ao menos nossos maridos nos amam independente de como estamos, aqui não existe isso de gorda ou magra, todas são desejadas!’ E de fato, seus homens são os maiores compradores de lingeries do mundo: eles adoram apreciá-las em suas esposas!

Este mesmo professor me fez ver que nós, as mulheres do ocidente, não nos valorizamos como deveria ser; muitas usam e abusam de decotes, roupas curtas, mas não por viverem num país tropical: muitas mulheres usam desse artifício para chamarem a atenção de outras mulheres e do sexo oposto também, claro! Vemos nas ruas a sensualidade explícita, mulheres não sabendo mais o que fazer para serem notadas, e para seduzir…

Ouvi uma entrevista da Débora Seco revelando que ela está no auge da sua carreira, que está ‘suuuuuper gostosa’, mas que ela nunca esteve tão mal humorada e irritada por passar tanta fome, em troca de um corpo lindo e perfeito. Será que vale a pena? É, vida de diva não é fácil, mas como elas vendem a autoimagem, o preço a pagar é este mesmo, muitas vezes desperdiçar o dia todo numa academia, deixando a vida passar despercebidas, e se conformar (muitas não se dão conta disso) por viver uma vida ditada pela sociedade.

Eu não pagaria um preço tão alto para ficar gostosa. Não que malhar não seja bom, receber olhares alheios melhor ainda, lembrando também que não tem preço o bem estar que proporciona para a saúde física e mental, mas sem exageros né?! Eu não estou criticando as que curtem ok, claro que um pouco de vaidade faz bem. Eu também recentemente retornei à academia para eliminar os quilinhos extras ganhos final do ano; também adoro drenagem linfática, uso diariamente produtos para retardar o envelhecimento, amo maquiagens, e não me atrevo jamais a usar um fio dental na minha idade…mas de boa, sem neuras, eu me amo e me aceito como sou, e como disse a mesma afegã: ‘Uma hora cai para todas’!

De fato essas mulheres não possuem esse tipo de preocupação, ainda mais por viverem escondidas por um manto, o que impedem de serem cobiçadas pelo homem alheio. Agora eu compreendo que nós somos as oprimidas: nossa sociedade e nossos companheiros nos cobram por estarmos sempre belas, magras, felizes. Muitas nem percebem que vivem em função da opinião do outro; algumas, só possuem uma vida ‘normal’ sem seus “prozac”; outras se culpam por não seguir esse padrão de beleza, mas nada fazem para melhorar. É “complicadérrimo” mesmo, porque não existe fórmula, é muita sensualidade à nossa volta (na rua, no trabalho, no supermercado, etc), fazemos de tudo para agradar e ainda assim somos traídas; nossos homens vêem tanto estímulo visual na rua, que quando chegam em casa estão cansados, e isso faz com que percam o interesse, afinal, a “oferta” da rua é muito melhor!

Tenho que concordar com algumas queixas deles, muitas mulheres depois que casam, principalmente após a maternidade, relaxam tanto a ponto de nem tirar o pijama ou pentear o cabelo, se estão dentro de casa. Que marido vai chegar para o almoço, ou no final do dia, e admirar sua esposa neste estado? É TV, cerveja, e cama! Antes de reclamar do comportamento dos seus parceiros, reflitam sobre como colaboram para que este perpetue, e definitivamente, reverta logo este quadro! Precisamos parar de esperar que o outro mude, as mudanças partem de nós, e o ponto de partida para esta mudança é olhando para dentro da gente…

Num momento íntimo, se olhe no espelho e procure por suas qualidades. Não me refiro somente as físicas, mas as internas, porque estas se exteriorizam em forma de beleza física também. Veja as qualidades que destacam, como ‘consertar’ os defeitinhos que muitas vezes incomodam mais o outro que a você, e pense também nos projetos que você renunciou lá trás por uma força maior… O que você pode fazer por você hoje, para ser mais feliz? Existe a possibilidade de desenterrar sonhos e recomeçar sua história?

Depois dessa longa reflexão, você até pode olhar para a gordurinha extra, e se ela lhe incomodar, pense quais as medidas de mudanças que precisa adotar em sua vida. Por favor hein, se não souber, não recorra a dietas malucas ou remédios, mas busque a orientação de um profissional. Como você quer emagrecer em um mês o que levou um, dois, dez anos para ganhar? Simplesmente comece, passou da hora de cuidar da sua saúde! Adote uma alimentação mais saudável, pratique moderadamente exercícios físicos, e o resultado vai vir com o tempo: uma vida mais saudável e um corpo mais bonito!

Maridos, namorados, até não reclamam, mas quando emagrecemos, eles gostam e elogiam! Sem dizer que nos amamos mais quando entramos naquele jeans que estava abandonado dentro do armário há décadas. Quando nos cuidamos, nos valorizamos mais, e consequentemente, nosso relacionamento com o outro melhora.

Na mesma entrevista a afegã comparou o casamento a um jardim: ‘Para termos um jardim florido, com muitas flores e borboletas, ele precisa ser bem cuidado, já que um jardim abandonado é invadido por pragas e ervas daninhas’.

Eu acredito que não é o que você quer para sua relação, nem para a sua vida, então tomemos o exemplo dessas grandes e inspiradoras divas, afinal, as mudanças definitivamente acontecem quando estas começam a partir de nós.

Tati Pimenta”