Namoramos 1 ano e meio.  Ele me deixou quando estavamos juntos ha 6 meses pois disse que ainda gostava da ex. Voltou um mes depois dizendo q estava confuso mas que nao gostava dela e sim de mim.

Resolvi lhe dar uma segunda chance e aceitei-o de volta. Depois de mais um ano passado juntos, começamos a brigar muito, por imaturidade (minha e dele).

Ele pediu um tempo, disse que estava sentindo atração por outras meninas e que queria um tempo para pensar, eu não aceitei e terminei o namoro.

Depois disso ele me ligou algumas vezes, tendo crises de ciúme, pedindo para eu não beijar outros na frente dele. Eu aceitei mas disse que não o queria de volta. Que agora era eu que precisava de um tempo.

Nos encontramos numa festa ha um mês atrás e ele veio brigar comigo dizendo que eu não deveria estar lá pois eram amigos dele e não meus, me mostrou muita raiva ao falar comigo, ressentimento puro mas eu não esmoreci, disse que os direitos eram os mesmos e que eu tinha direito de me divertir.

Dois meses se passaram sem nenhum contato. Agora ele me mandou um email dizendo que a mãe dele esta muito doente e que lhe resta pouco tempo de vida. Eu fui meio seca mas respondi que sentia muito.

Em nenhum desses contatos ele me pediu para voltar com ele, mas obviamente ele sente necessidade de me contactar de tempos em tempos.

Não entendo esse comportamento e estou alimentando ilusões de que ele ainda vai pedir para voltar. Eu nunca comecei o contato e nunca olhei para trás na minha decisão.

Me pergunto todos os dias se eu deveria me abrir e dizer que ainda gosto dele. Tenho medo que ele esteja se sentindo rejeitado por mim também, mas estou com medo de me abrir e levar um outro fora.

Será que vale a pena o risco de uma outra rejeição ? Esta difícil de esquecê-lo.  Preciso de uma luz, muito obrigada antecipadamente.

Olá M.,

Às vezes me refiro ao relacionamento como um dial de um rádio sabe? Dial é aquela faixa de freqüência onde você ajusta um ponteiro através de um botão que gira para sintonizar o sinal da rádio corretamente. Com a tecnologia, hoje utilizamos rádios digitais e esse tipo de sintonia analógica praticamente que está caindo em extinção.

Esse ajuste é um ajuste fino, sutil, que precisa de sensibilidade para que a rádio seja bem sintonizada e não fique com ruídos. Eu percebo que em relacionamentos, tem casais que tem “tudo” para dar certo, mas parece que algo fica truncado, empacado que acaba atrapalhando o andamento da relação. Diferenças, pequenos orgulhos, falta de abrir o coração, pequenos detalhes nesse ajuste fino que talvez fizesse diferença na convivência.

Quando se termina um relacionamento e as pessoas se gostam a dificuldade é ainda maior, se há um contato então fica aquela mistura mesmo de uma raiva com melancolia, ciúme que deixa a gente  bagunçado por dentro sem saber mesmo o que fazer porque a idéia do termino parece que não entrou em nossa cabeça e muito menos no coração.

E quando isso acontece, saber notícias do outro, encontrar esporadicamente e mesmo que seja casualmente é motivo para um turbilhão de coisas que nos pegam por dentro. Se você gosta dele e tem medo de tomar um fora por conta disso, tente saber o que ele sente e quer, mas sem rodeios, porque se há um gostar de ambas as partes, tem que ver se há uma vontade que de que esse relacionamento dê certo porque também não adianta nada gostar e nenhum dos dois abrir mão de coisas que possam prejudicar a relação. Com isso você espanta alguns fantasmas e ilusões da sua cabeça de que vocês irão voltar.

É claro que vocês podem voltar e se dar muito bem, mas tenha o pé no chão e investigue, mesmo que seja em uma conversa sincera com ele. Bem ao estilo: “Você demonstra ciúme, dá notícias de vez em quando, sente raiva, afinal de contas, isso tudo quer dizer o que? O que você sente com relação a mim ou a nós?”

Bom, isso é apenas uma sugestão ok? Você arranjará o seu jeito. Ele precisa ser decidido, ou quer ou não quer, porque ficar lhe prendendo em vai e volta não é saudável para a cabeça e o coração de ninguém.

Até mais!!

Márcio Oliveira

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