
Apesar dos hipócritas ainda taxarem como tabu o assunto, nos diferenciamos dos animais somente por conta da racionalidade e das emoções, o que significa que isso não difere nossos instintos, que existem desde que o mundo é mundo: desenhos pré históricos retratam a masculinidade através de desenhos do órgão sexual; obras de arte da antiguidade idolatram o pênis como o símbolo de fertilidade, de poder e de liderança;

Platão fez referências sobre o estudo do amor, identificando Eros como o deus do amor, dos apetites sexuais, do instinto básico da vida e responsável pela atração entre os corpos: a força vital que impulsionava a vida! Mas foi Freud, o pai da psicanálise, que trouxe enormes contribuições: chamou este mesmo deus de Platão de Libido, e a partir de seu trabalho “Três Ensaios Sobre a Teoria Da Sexualidade”, uma série de estudiosos, pensadores e cientistas passou a buscar mais conhecimento a respeito desse complexo fenômeno.

Depois de Charles Darwin (naturalista do século XIX) com a seleção natural e a seleção sexual responsáveis pela evolução das espécies, dois pesquisadores americanos, Virginia Johnson e William Masters (1954 – ela morreu este ano em 25/07) aprofundaram a descoberto do cientista, e esclareceram os diversos aspectos da fisiologia da resposta sexual humana: eles foram um marco para a compreensão da função sexual através de um grande laboratório humano. A partir deles, muitos nomes memoráveis trouxeram suas teorias e práticas, e novos conceitos acerca do asunto até os dias atuais. A pesquisa marco descreve o Ciclo da Resposta Sexual Humana em quatro diferentes fases:
* excitação * platô * orgasmo * resolução
A partir dessa afirmação encho a boca para afirmar que sexo é bom demais sim, mas se não der para gozar junto a, que seja com o que se tem para hoje, dedos ou brinquedos! Em relação a tal pesquisa e fazendo referência ao primeiro tópico ‘excitação’, a masturbação também é um caminho para o auto-conhecimento, porém, temos alguns ‘contras’: predomina AINDA na nossa sociedade uma grande repressão em cima das mulheres que assumem que gostam dessa prática.

Como exemplo, citarei um pai que flagra o filho batendo uma punhetinha: que orgulhoso da masculinidade do guri (como se isso comprovasse algo), mas ai se fosse sua princesinha se tocando… sem comentários, porque sabemos bem que eles sempre podem, nós não!
Mesmo a passos lentos (se voltarmos o olhar para a história da humanidade), atualmente esta prática é mais comum, mais assumida, e muitos casais se a experimentam juntos como uma nova forma de preliminar e prazer sexual. Porém, ressalto a importância de aprender acerca do seu próprio corpo e como ele reage, e para tal é preciso saber como se goza sozinha para depois saber (exigir) como é gozar com o outro.
Vocês mulheres, sabiam que, ao contrário dos homens, quanto mais somos estimuladas mais nos excitamos? (sim, porque eles, quanto mais são estimulados, mais rápido gozam!)
Fica então para a próxima semana, a segunda parte da pesquisa de Masters e Johnson, onde entrarei com dicas sobre a masturbação feminina, suas limitações, a anatomia feminina, se existe um método correto, para assim, esclarecermos as dúvidas, e quem sabe, romper com alguns mitos e tabus. Para tal, coloco à disposição meu email, seja para leitores e leitoras. Vamos montar juntos um post completo, um manual sobre o assunto, para que essa mulherada possa definitivamente se libertar e ser feliz.
Não esqueçam de mim no próximo sábado!
Com muita pimenta,
Tati Daniel