Há alguns anos, quando iniciei o projeto de meu livro, “Eu Falo Venusiano”, onde procuro mostrar aos homens que já saímos das cavernas e às mulheres, que nós temos jeito, nem todos somos cafajestes, nem todos mal-educados e ainda que todos interessados em sexo, poderíamos reservar uma pequena parte de nosso cérebro para tentar entender, não apenas as mulheres em si, mas o mundo feminino, os hormônios e os problemas que as norteiam.

Tarefa árdua…  Quando falei em TPM, todos sabiam o significado, mas nenhum, absolutamente nenhum homem sabia explicar o que ou como aquilo acontecia.

Sei que algumas vezes, até para vocês, mulheres, é difícil, senão impossível, explicar o que está acontecendo. Há um vídeo no YOUTUBE, muito interessante, do Pastor Mark Gungor, chamado ”Tale of Two Brains” (“Fábula dos Dois Cérebros”). Vale a pena tentar ver.

Mark Gungor se refere a um período de letargia, pelo qual nós homens passamos, quando,por exemplo, estamos pescando…  Ou sozinhos em frente a uma televisão, com o controle remoto na mão.  Importante: o controle remoto TEM que estar em nossas mãos!  Diz o autor que estamos na fase do Nada, que nosso cérebro (masculino) é composto de caixas cuidadosamente separadas e que não se tocam, diz ainda que existe uma caixa especial, que se chama Caixa do Nada.

Nota do Editor:

Letargia (do latim lethargia) é a perda temporária e completa da sensibilidade e do movimento por causa fisiológica, ainda não identificada.

Letargia s. f. 1. Med. Sonolência mórbida. 2. Estado de sono profundo observado em algumas doenças. Sin.: letargo.

Ninguém, nem nenhum homem, principalmente, consegue explicar nosso comportamento quando nos recolhemos para esta caixa.  Nada fazemos, nada pensamos, nada queremos.  Nada…

Isto tudo se opõe severamente à necessidade crucial das mulheres de falar.  Falar sozinhas… Falar sem exigir respostas…  E, principalmente, falar sem querer opiniões, correções, respostas ou soluções.  Querem falar, apenas falar, desabafar…

O texto de hoje não teria sentido se todos, homens e mulheres, se entendessem, mas, infelizmente, não é bem assim.

Vamos começar pelo tabu da menstruação.  O que é menstruação?  Simples, é a manifestação do corpo feminino, informando que o óvulo liberado pelo ovário não foi fecundado.  Só e somente só…

Então, por que o tabu?  Também é simples, mas temos que recorrer a nossos antepassados para buscar a real explicação.

As tarefas eram divididas na época das cavernas.  Os homens caçavam e as mulheres cuidavam da caverna e dos filhos.  Falei filhos?  Então, naquele tempo, não engravidar era um péssimo sinal, pois significava que a mulher não conseguira fecundar o óvulo (como se ela fosse a única responsável), apesar da “grande ajuda” de seu parceiro.  As famílias eram medidas em termos de sucesso pelo número de filhos, a prole, já que não havia mansões, carrões, viagens ao exterior, jóias… Era uma época mais amena, mais calma…

E a vergonha de não ter conseguido fazer um filho?  Então, o melhor era esconder a menstruação, já que ninguém fazia conta de período fértil ou de ciclo menstrual.  Lógico que havia o problema do sangue, mas este era mais fácil de disfarçar.  Estava nascido o tabu da menstruação!  Esconder de todos quando estivesse menstruada.  Esse foi o princípio e tudo.  Será que as atitudes das adolescentes quando ficam menstruadas não lembram exatamente esse período?  Infelizmente, há várias mulheres nas mais diversas idades em que o tabu se manifesta frequentemente.

Pronto, menstruação é isso e mais nada…  Querem saber mais?  Como tudo se processa?  Tudo bem, vou tentar explicar…

Ciclo menstrual é o período que vai de uma menstruação à outra. Esse período varia de mulher para mulher e na mesma mulher também.  Ciclos regulares são os que têm a mesma duração, com freqüência semelhante, ou seja,de 22 em 22 dias ou de 38 em 38 dias.  Esta diferença nos períodos não representa anormalidade.

Menstruação é o fenômeno fisiológico do período fértil da mulher, que ocorre caso não se dê a fecundação do ovócito II, permitindo a eliminação periódica através da vagina, do endométrio uterino (ou mucosa uterina).  Neste processo dá-se o rompimento de alguns vasos sanguíneos, o que leva a que ocorra também uma “pequena” hemorragia.  O óvulo não é eliminado juntamente com o endométrio, ele permanece na tuba uterina e se degenera após um tempo, se esse não for fecundado.  Em condições normais, e não havendo nada que impeça os ciclos femininos, este fenômeno ocorre em média de 28 em 28 dias e tem uma duração de entre 3 a 5 dias.

A primeira menstruação é chamada de menarca.  A partir de então, podem levar alguns meses ou até dois anos para que os ciclos sejam regulares em adolescentes, pois o ovário, quando inicia suas funções, o faz de maneira incompleta, podendo precisar de até 2 anos para atuar em sua total integridade.  Por isso, não se deve tratar ciclos irregulares em adolescentes, que menstruaram pela primeira vez.  Da mesma forma, ciclos curtos, freqüentes ou longos, só devem ser tratados quando se estenderem além de 38 dias ou durarem menos de 22 dias.

O corpo da menina passa por diversas transformações, desde físicas a psicológicas.  Nessa fase, os seios começam a se desenvolver, ocorre o aparecimento de pêlos pubianos, o que chamamos de pubarca.

Os pais têm um papel importante nessa fase, pois a menina vai se sentir mulher, vai passar por fases difíceis, pois é a passagem da infância para a adolescência, e dessa para a fase adulta.  Cabe aos pais orientarem e terem paciência com a menina nessa fase.

A duração do fluxo da menstruação é variável, podendo ir de dois até seis dias.  Fluxos superiores a estes dias merecem investigação, lembrando que distúrbios hormonais, presença de DIU, miomas uterinos, entre outros detalhes, podem determinar fluxos prolongados.

A menstruação pode ser acompanhada de uma série muito diversificada de sintomas, como dores nas mamas, com aumento de volume, acne, cólicas, também chamadas de dismenorréias que podem ser pré-menstruais ou menstruais.  Tudo isso é normal.

No período menstrual, a mulher perde cerca de 150 ml de sangue, aproximadamente 3 a 4 absorventes por dia, o que não compromete o estado de saúde da mulher.

Na gravidez não ocorre menstruação.  Todo sangramento na gravidez tem um sinal importante para o médico avaliar, mas nunca será menstruação.

No período de aleitamento natural, cerca de 70% das mulheres não menstrua mas, isso não significa que não engravide.

Há, também, muita superstição sobre o comportamento da mulher durante o período menstrual.  Dizem essas superstições, que mulher menstruada não pode tomar banho de chuveiro, não pode lavar a cabeça, porque o sangue vai para a cabeça, e que dor de cabeça é sinal de que o sangue subiu à cabeça, etc.

Nada disso é verdadeiro.  Ao contrário!  A higiene da mulher neste período deve ser maior!  O sangue acumulado na vagina, quando em contato com o ar, elimina um odor desagradável.  Além disso, os riscos de infecção vulvo-vaginal são maiores, pois a acidez genital diminui, o que facilita o crescimento de germes.

O mesmo acontece com os exercícios.  Muitas mulheres deixam de fazer ginástica nestes dias, quando deveriam continuar normalmente a se exercitar, pois cólicas e dores nos membros inferiores podem ser aliviados com a ginástica.

É recomendável adotar uma dieta com pouco sal, começando um pouco antes e indo até alguns dias depois do período menstrual.  Isso porque há grande probabilidade de retenção de líquidos, o que pode causar aumento das mamas e do abdômen.

Algumas mulheres relatam o aparecimento de uma pele que acompanha o fluxo.  A menstruação é a descamação do epitélio interno do útero, ou seja, o endométrio que se descama e com isto o sangramento as vezes traz esses fragmentos de tecidos.  Nada para se alarmar.

Toda mulher deve observar e conhecer bem o seu ciclo.  Anotar o início e a duração.  Isto vai ajudar o médico a orientá-la, não só nos tratamentos, mas também para evitar ou programar a gravidez.

Enfatizamos que nossa função, no Cérebro Masculino, não é substituir os conselhos de seu médico. Ele deve ser consultado, para que você possa elucidar suas dúvidas e ter uma avaliação profissional correta sobre seu estado de saúde.

Não utilize a automedicação como solução para seus problemas, pois podem se agravar.

Nossa obrigação é a de informar, mas nunca substituir a consulta que deve ser efetuada com um profissional de sua confiança.

Consulte seu médico!

Alex Paranhos