Ciclo

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E a gente fica triste, chora, range os dentes de raiva, quebra a cabeça tentando entender o por que chegou ao fim. E não entende. Aí a gente se culpa. “Claro, se não deu certo, se ele não quis mais, é lógico que a culpa foi minha. Só faço besteira mesmo.”

Depois vem a saudade. Ah, essa é parte que mais machuca. É encarar dias vazios, noites sem cafuné. É sentir falta da presença, do gosto, do cheirinho de roupa limpa e de hálito gostoso. É não ver mais graça nas cores, nas flores, nos lugares. Lugares esses que sempre estão repletos de casais apaixonados se beijando como se fosse o último beijo e você ali, perdida nas suas memórias. Buscando, em algum lugar lá dentro, reviver cada momento que passou do lado dele.


Logo depois, é chegada a hora de começar a reerguer a cabeça e acertar os ponteiros. Passamos a cogitar a possibilidade de sair pra um barzinho com os amigos, pegar uma praia no fim de semana. É, as coisas tão começando a caminhar. Aquela saudade continua ali, guardadinha, e vez ou outra você se pega pensando nele feito boba, enquanto ouve uma música qualquer tocando no rádio. Mas a dor já não é a mesma. Raiva? Nem pensar. “Só quero que ele seja feliz”, e dessa vez, estamos até falando sério. O amor para de gritar lá dentro do peito, para de sufocar, para de machucar forte e de querer rasgar você inteira. Ele vai aliviando, vai te dando espaço pra respirar. E mesmo que ele ainda esteja ali, vivo, não incomoda mais como antes. E é quando você vai se conformando. Vai se livrando daquela culpa que você atribuiu a si mesma, sabe? Vai começando a entender que, muitas vezes, um relacionamento termina porque tinha que terminar mesmo, e não por que você fez alguma besteira — talvez até tenhamos acertado demais. Aquela música no rádio passa desapercebida, a saudade se escondeu num lugar que está fora do alcance dos seus olhos. Tudo mudou.

A gente vai, aos poucos, se abrindo pro mundo novamente, vai se “re-permitindo”. Vai deixando que outras pessoas se aproximem, desde que elas não tenham segundas intenções, é claro. Se apaixonar de novo, meu bem? Tá louco! Nem pensar! Só que esquecemos que o encanto é inevitável. Que a paixão nunca avisa quando vai chegar e não tá nem aí se você tá preparada ou não. Te vira porque o amor tem dessas coisas: chega de mansinho, ganha espaço, marca território e, oh, vai embora sem dar satisfação nenhuma, mas depois, como se nada tivesse acontecido, ele volta. Volta em outro corpo, outros sonhos, outros olhos e outro cheiro. Mas sempre volta. E fode tudo de novo.

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Mari Brito.

1 comentários No Ciclo

  • Acho q isso vai meio q de cada uma ne….eu por exemplo nao saio pegando todo mundo, nem tenho vontade e nem tenho sequer vontade de gostar de alguem tao cedo….acho q esse negocio de tentar parecer bem nao é legal, afinal, é a nós mesmo q estarmos enganando!!!

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