Olá, Dr Neurônio! Estou parecendo uma adolescente apaixonada (acho que todos nós voltamos à adolescência quando nos apaixonamos) só que por um homem casado 17 anos mais velho. Tenho 26 anos sou casada há 5 com um homem de 29 anos que a maioria acha ele maravilhoso, mas eu que convivo com ele, sei bem como sofro. Não tenho um casamento normal, não sei o que é brigar e depois fazer amor, ele não me procura e quando rola sexo é como se eu fosse uma prostituta, ele não rela a mão em mim, nem me beija.
Sem falsa modéstia todos me falam que sou muito bonita, mas até ai na frente dos outros somos o casal perfeito. Tem uns 2 meses que comecei a prestar atenção em um cara no meu serviço, algo me incomodava, sei lá acho que o jeito dele ser meio quieto, achava ele até feio. Fomos nos aproximando e ficamos amigos, não agüentando mas só conversarmos, queria tocá-lo, beijá-lo, essas coisas que a gente sente quando gosta de alguém, pedi para nos encontrarmos fora da empresa, com muita insistência consegui um 1º encontro, ele tremia muito, mas nos beijamos bastante e ele até que tentou umas passadas de mão, mas eu pedi para parar e ele aceitou.
Desde então como trabalhamos em seções diferentes só da para gente ficar conversando uns 15 minutos depois da janta já que temos que ficar na empresa. Mesmo com a falta de lugar e tempo para nos encontrarmos, damos uma escapada no final do nosso expediente, só para ficarmos aos beijos e abraços e desde o 1º encontro ele não tentou mais me bulinar rsrsrs. Não sei se isso é bom ou ruim, às vezes penso que ele pode estar me respeitando, outras acho que é por falta de desejo. Esses dias perguntei o que ele estava sentindo, e ele me disse que gosta da esposa , e que não queria arriscar o casamento, que “querer não é poder”. Mas que eu era uma “menina” linda, alegre, que ele não é o garanhão que eu penso, que é muito tímido e nunca se envolveu emocionalmente com outra em 10 anos de casado, principalmente sendo casada e bem mais nova que ele.
Saí arrasada, mas fazer o que? No outro dia, pensei ah ele me deu o fora nem vou mais atrás, eis que ele vem e senta do meu lado e me fala que não quer me ver triste, que ele sente algo por mim, mas que talvez seja diferente do meu sentimento, que eu preciso ter calma com ele, “nem sei mais o que ta acontecendo comigo”- me disse. E aí temos ficado somente nos abraços, carinhos e beijos, sem sexo. Ele é bem devagar pra tudo, isso eu já percebi, pra andar, pra comer, pra fazer as coisas, tudo ele faz certinho, bonitinho e eu sou aquela que quer as coisas pra ontem, sou sem paciência, ansiosa.
Às vezes ele fica me olhando com uma cara de bobo e eu pergunto o que foi, e ele abaixa a cabeça e diz que não é nada, sinto como se ele pudesse, me beijaria naquele momento. Agora pergunto que tipo de sentimento esse homem pode sentir por mim? Se fosse só pelo sexo ele sabe que já teria conseguido. Por favor, responda logo, para eu tentar entender esse homem diferente e esquisito.
Olá A.
Tem uma frase que achei muito interessante nesse seu relato que é: “nem sei mais o que ta acontecendo comigo”. De fato, a falta de sentido nos leva à dúvidas, medos, angustias, uma série de coisas que nos deixam um tanto quanto perdidos e diante do que você nos conta eu lhe pergunto. O que fazer diante de um casamento onde este é considerado como “não normal”, onde não há uma cumplicidade no sexo ou mesmo acolhimento nos carinhos?
Naturalmente, vivenciar uma situação dessas, principalmente a longo prazo, nos deixa vulneráveis a situações onde encontramos algo que acabe nos preenchendo. Não pense que é importante salvar o casamento ou mesmo encerrá-lo, saber qual caminho tomar irá depender única e exclusivamente da sua reflexão até mesmo para servir de crescimento pessoal, porque compreendendo nossas relações atuais e a nossa história nos possibilite abrir portas que possam nos levar a relacionamentos com maior maturidade seja em um relacionamento atual ou em um novo, até mesmo para compreendermos as dificuldades quando elas surgirem.
Digo isso porque vejo de um lado uma tristeza bem evidente, uma insatisfação com seu relacionamento atual e antes de qualquer passo, talvez fosse importante, para você inclusive, voltar seu olhar para isso, a fim de buscar a felicidade. Talvez a felicidade esteja mesmo no casamento, só que você e seu marido ainda não se encontraram ou então, compartilhar desses incômodos pode dar margem para que tanto você quanto ele possam reconhecer que a relação de vocês como marido e mulher não deu tão certo assim e que um novo caminho pode ser construído e que ambos possam ser felizes, mas em caminhos diferentes.
A partir disso é bem possível que você consiga se expressar melhor e até entender melhor a dinâmica de um relacionamento ao ponto de saber até onde você deve ir, porque senão a gente acaba se embolando, ficamos envolvidos, não pensamos, agimos sem medida. Arriscar é bom, gostoso mas até para isso devemos ter consciência do que estamos escolhendo.
O seu colega de trabalho disse que gosta da esposa e que ao mesmo tempo acha você uma menina linda. Se trata de uma situação muito “confortável” até. Estar casado, não mexer na relação atual e ao mesmo tempo desfrutar de alguém sem compromisso, mas será que isso realmente traz felicidade e se trouxer, será que se trata de uma felicidade legítima? Não cabe a mim julgar absolutamente nada, mas são questões que me vem a cabeça e que venho aqui compartilhar com você.
Você nos pede para lhe ajudar a compreender um homem “diferente e esquisito”, mas você mesma nos mostra, conforme conta sobre seu relacionamento, a imagem de um marido diferente e esquisito. Diferente porque não vai de acordo com a idéia de amor e tratar bem uma mulher e esquisito porque na relação sexual você acaba se sentindo uma prostituta porque ele nem a toca ou beija. Isso pode ser algo importante para prestar atenção porque diz respeito à sua maneira de relacionar-se. Às vezes, nós mesmos nos boicotamos e acabamos arranjando amores que nos fazem sofrer através de uma escolha não muito consciente. Por isso é que, diante de um sofrimento, um acompanhamento terapêutico pode contribuir muito para o sujeito porque ele mostra um olhar de fora e que procura,junto com a pessoa, possíveis saídas para que ela não venha a repetir uma história de sofrimento que já vivenciou. Dessa maneira é importante cuidarmos de nós mesmos pois a partir disso, os relacionamentos e a vida acabam tendo muito mais cor.
Até mais!!
Márcio Oliveira
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2 comentários No Diferente e esquisito?
Meu Deuuus, Márcio, perfeito como sempre!!!
Eu msm acho q o primeiro passo seria rever o casamento, se não está bom pra q continuar não é? As vezes continuamos por amor, mas como já não há o amor acho q vc deveria repensa-lo [sei que não é facil, mas as vezes pode ser necessário]
E em relação ao rapaz por quem vc está apaixonada… Ah… Eu já me envolvi em uma relação assim também [com a diferença de que sou solteira] e realmente é como os rapazes aqui do blog dizem, para eles é muito confortável e isso e aquilo… Mas como cada pessoa é unica, sempre ficamos na duvida nao é?? Eu não posso mentir e dizer q sou imune ao “meu caso parecido com o seu” mas procuro viver minha vida da melhor maneira possível, sofrendo o menos possível e todas essas coisas… Não sou imune à ele mas vivo muito bem quando não o tenho.
É complicado mas é mais ou menos assim… :$ rsrs