Gosto dele, mas estou com muita raiva. O que devo fazer?

Olá Dr. Neurônio, bom dia.

Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelo Blog. É uma delícia. Comecei a ler e não parei mais… Viciei nisso!!!

Well…

Após 11 anos de relacionamento (entre namoro, noivado e casamento), separei-me. Não por iniciativa minha, mas um belo dia o ex chegou e disse: “Quero me separar!” Não aconteceram brigas, nem desentendimentos. Aliás, estávamos até as voltas com a decoração de nosso novo apartamento… Mas isso não vem ao caso. Só depois vim a descobrir que estava envolvido com uma outra mulher há 4 anos.

Passados mais ou menos 4 meses de arrastação de corrente, choro, emagrecimento, depressão, etc., resolvi sair p/ vida. Sem falsa modéstia sou uma mulher inteligente, procuro estar sempre bem informada, bem humorada, bonita, tenho um corpo bonito (e procuro cuidar muito bem dele), tenho bom gosto para me vestir, enfim….

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Então, um belo dia de bobeira em casa, ao acessar a internet, entrei em um site de relacionamentos e conheci uma pessoa que, ao contrário de 90% das pessoas de teclam, me pareceu educado, bem instruído e inteligente. Ficamos trocando e-mails por mais ou menos 1 mês até que trocamos telefone e começamos a nos falar.

Nessas conversas ele me disse que era separado da mulher há aproximadamente 7 meses e que quem tinha abandonado a casa era ela por ter se apaixonado por outra pessoa (uma outra mulher!).

Num sexta-feira dessas que se está sem dinheiro, chamei uma amiga para ir p/ minha casa para ficarmos jogando conversa fora e bebericando algo. Ela foi e depois de umas 3 cervejas resolvi ligar para ele convidando-o para um bar que iríamos no sábado à tarde. Ele marcou comigo que iria e que me ligaria um pouco antes para confirmar. Como combinado ele me ligou dizendo que já ia, mas lá não apareceu.

Voltou a me ligar somente na segunda-feira desculpando-se e alegando que quando ele me ligou estava saindo de um bar que estava com os amigos para ir até a casa dele para arrumar-se. Mas chegando, a ex mulher estava lá travando uma discussão homérica com a filha mais velha e ele se viu impossibilitado de sair… Relevei.

Continuamos nesses contatos somente via e-mail e telefone. Em meados de agosto último, numa sexta-feira, tinha dermatologista após o expediente. Quando estava no consultório meu celular tocou e era ele. Queria me ver pessoalmente de qualquer forma. Disse que me pegaria no médico e que me levaria em casa. Eu disse a ele que não, que morava longe, enfim… Um monte de desculpas. Mas ele insistiu tanto que acabei passando o endereço do médico e ele me buscou lá.

Já tinha visto fotos dele, mas confesso que pessoalmente fiquei bem mais animada (ele não é nem um pouco fotogênico!). Ele se mostrou um fofo. Conversamos muito, ele disse: vou bem devagar para demorar mais…. Enfim… Me deixou em casa. Não nos beijamos nem nada. Somente nos despedimos com os clássicos beijinhos na face.

Na semana seguinte, na sexta-feira, ele me ligou perguntando se poderia dar-me uma carona. Eu já tinha um compromisso com umas amigas em um bar próximo ao meu trabalho. Eu disse a ele que não poderia, pois já tinha compromisso e ele prontamente quis saber onde e se poderia ir.

Ele foi, nós conversamos muito, mas até então nada. Ao irmos embora, ao me levar até o carro, ele me beijou. Foi muito bom.

No sábado comemoraríamos o aniversário de uma amiga e eu o convidei. Ele disse que não poderia, pois era aniversário de seu filho mais novo. Mas nos falamos diversas vezes no sábado e no domingo também.

Depois desse primeiro beijo, constantemente ele me apanhava no trabalho e me levava em casa. Nos beijávamos e tchau… Sempre pelo menos umas 3 / 4 vezes por semana. (aos sábados e domingos nunca!!!).

Uma bela sexta-feira, depois de termos (ambos) tomado umas e outras e ao me deixar na porta de casa e tendo os abraços ficado mais “calientes” acabamos por resolver ir p/ outro lugar e acabou rolando sexo. Foi muito bom para mim e ele me pareceu gostar muito também.

Nosso relacionamento continuou assim: ele me pegava no trabalho me levava em casa, saíamos. Sexo nem sempre rolava (aliás, era bem esporádico).

Combinamos de passarmos as noites de quarta-feira juntos por que para mim era o dia da semana que meu filho (3 anos) passa com o pai. E assim, durante algumas quartas-feiras passamos a noite juntos e sempre era muito bom.

Entretanto, sempre que surgia algo no final de semana ele alegava que não podia, que os filhos estavam assim e assado. Que não poderia sair de casa. Que o filho mais novo escondia as chaves do carro para que ele não saísse, etc. Nesse período (5 meses) nós saímos nos finais de semanas por umas 3 ou 4 vezes apenas. E isso me intrigava e me deixava muito brava. Mas acabava sempre relevando.

Aproximando-se as festas de final de ano, (lógico que nem passou pela minha cabeça que ele passaria comigo, já que os filhos, que são 5, fiquei sabendo só depois. Ele omitiu isso, no princípio disse que eram “apenas” 3), ele me questionou quanto ao natal e eu disse que minha família sempre fazia alguma coisinha na casa da minha mãe. Ele se auto-convidou. Mas eu não acreditei. Óbvio. Só que ele foi. Foi apresentado à minha mãe, meus irmãos, amigos meus que estavam lá, enfim…Saiu da minha casa bem tarde no dia 25, tiramos fotos, enfim.

No mesmo dia 25 à tarde me ligou dizendo que estava indo para lá e passou a tarde conosco. Ficamos jogando, brincando, bebendo, até tarde da noite.

Ao ir embora me disse que gostaria que eu visse algo para que passássemos o Reveillon juntos. Não acreditei… Mas olhei… Descobri uma boate bem legal aqui na minha cidade, verifiquei tudo e ele me pediu para providenciar os ingressos. Fez o depósito na minha conta e, para a minha surpresa, lá estávamos nós no dia 31 na boate, da qual saímos 6 horas da manhã do dia 01/01/10.

Na semana que antecedeu ao Reveillon me ligou pedindo que fosse a um Shopping bem central da minha cidade para que pudesse ajudá-lo a comprar uma roupa com a qual gostaria de passar o reveillon. No Shopping caminhamos de mãos dadas (o shopping estava lotado!!!).

PS: Conto esses detalhes pq. – pelo menos na minha cabeça – um homem que tivesse qualquer tipo de compromisso não andaria de mãos dadas em um shopping lotado, não se permitiria tirar fotos com outra, enfim… Mas vai entender!!!

Ao sair da boate fomos para um motel que eu havia reservado (a pedido dele) e lá dormimos e ficamos até mais ou menos 2 horas da tarde.

Ele me ligou no dia 01 à tarde dizendo que iria com os dois filhos mais novos para um sítio do pai dele, em uma cidadezinha do interior, próximo de Belo Horizonte.

De lá, me ligou no dia 02 (sábado) e daí pra cá simplesmente SUMIU!!! Desapareceu! Liguei para ele e ele me diz que está com sérios problemas, que está passando por uma fase muito difícil, blábláblá..

O QUE VC. ACHA Dr… Eu gosto dele, sabe? Mas não quero sofrer novamente!!! Além disso… Homem é o que não falta por aí…

Mas o que devo fazer? Insisto? Acho que temos muita coisa em comum, a química é muito boa, temos gostos extremamente parecidos. Mas, devo insistir ou deixo esse maluco pra lá?

Um beijo e muito obrigada. Gostaria muito que você respondesse meu e-mail.

Sds.,

A.

Aí ela enviou mais 2 emails:

A propósito, no e-mail anterior esqueci de citar um fator importante: como disse no dia 01/01/10 ele me deixou em casa, nos falamos na sexta, no sábado e no domingo.

Na segunda liguei pra ele e ele estava super estranho. Na terça também liguei, no finalzinho da tarde e ele esquisitíssimo. Perguntei o que ele queria da vida dele e ele me disse: calma (ai que ódio!”!!).

Então escrevi um e-mail malcriadíssimo pra ele. Dentre as coisas que disse foi a de que quem ele achava que era e o que achava que eu era.

Disse: “fui casada por vários anos, meu marido me deixou e eu não morri. Aliás, estou aqui, bem e pronta para outro relacionamento. Você acha que eu estou morrendo por você?” (sei que não deveria, mas não me contive… Estava com muita raiva dele!).

E

Dr. Neurônio, apenas para complementar a história abaixo, informo que sumi dele. Hoje é dia 28/01 e a última vez que nos falamos foi na sexta-feira passada, dia 22/01, porque ele me ligou. Eu o tratei secamente, buscando responder apenas às perguntas que ele me fazia. No domingo, dia 24/01 ele me ligou novamente, mas eu não atendi.

Obrigada.


Olá A,

Tudo bem?

Muito obrigado pelos elogios e fico feliz por você gostar do blog.

Também agradeço por ter enviado se livro, digo, e-mail (hehe) e vamos logo a ele.

Bem, pelo seu relato, tudo pareceu que ele realmente está bem a fim de manter um relacionamento com você. Sempre se ofereceu para te acompanhar nos lugares, liga direto e até foi passar o natal com você e sua família.

Ninguém tem essas atitudes sem interesse. Na verdade, quase nenhum homem gosta de conhecer a família da mulher. É algo muito estranho e constrangedor, mas mesmo assim ele se ofereceu para ir.

Vocês se dão bem, tem muita coisa em comum (inclusive o fato dos cônjuges terem se apaixonado por outra mulher hehe ) e se gostam.  Acho que você tem agido de maneira errada com ele.

Sobre o e-mail do dia 1, até você admite que não deveria ter mandado. Não existe sentido em falar tamanhas besteiras na hora da raiva. Quem acaba tomando decisões ou falando tudo que quer quando está com raiva, geralmente acaba se arrependendo. Você deveria tentar melhorar esse fator. Eu também fui assim, e me dei mal diversas vezes. Quando resolvi esse problema, minha vida melhorou muito. O segredo é não fazer nada quando está com raiva e ir descontá-la em outra coisa ou fazer algo que te acalme.

Eu vejo que você continua agindo dessa maneira. Quando ele te ligou, respondeu de maneira seca e quando ligou novamente você nem sequer atendeu.

De onde vem tanta raiva, tanto ódio? Nos relacionamentos devemos dar amor para receber amor. Você acha que com esse comportamento, você receberá o que? Ninguém gosta de ser maltratado ou que tem vontade de ser bom com quem te trata assim.

Você mesma disse que gosta dele, então por que tem tido atitudes para afastá-lo? Todos nós somos adultos aqui e devemos agir como tal. Sabe o que você deveria ter feito? Quando ele disse que estava cheio de problemas, deveria ter se preocupado, perguntado o que estava acontecendo. Esse é o tipo de atitude que esperamos receber de quem gostamos.

Quando estamos com alguém, queremos que essa pessoa nos apóie. Mas ao invés de apoiá-lo, você ainda “chutou quem estava no chão”. Não acha que foi um comportamento egoísta?

Geralmente as pessoas mais irritadas agem dessa maneira, mas se você parar para analisar, ao invés de ficar triste ou com raiva do comportamento da outra pessoa, deve pensar em qual será resultado do seu comportamento, na outra pessoa. Pense bem, se você estivesse com diversos problemas, gostaria que seu companheiro te apoiasse, e se preocupasse ou ficasse irritado e te falasse desafotos porque você agiu de maneira estranha?

Quando temos problemas, ficamos estranhos mesmo, e quem se preocupa conosco, percebe e quer ajudar. Quem não gosta, fica irritado e se afasta. Veja o que você está passando a ele e o que ele deve estar imaginando.

Eu ligaria e tentaria ter uma conversa adulta e madura. Até pediria desculpas, mas caso não queira, ao menos tome a iniciativa de iniciar uma conversa. Não continue afastando da sua vida as pessoas que você gosta e se importam com você.

Obs: Eu conheço muito bem essa maneira de agir, pois fui assim. Só quando entendi tudo que te falei que me considerei maduro e minha vida melhorou. Algumas palavras podem parecer duras, mas só parecem mesmo. Gostaria de tê-las ouvido quando precisei, para não aprender sozinho. Para garantir que você não entenderia minha resposta com um tom errado, fiz algumas piadas.

Um beijo,

Doutor Neurônio.

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