Depois de tanto tempo tentando ainda sentir o cheiro que ele exalava, imaginando os afagos que queria voltar a sentir, o beijo que tentava desesperadamente ressuscitar em sua memória, ela já havia desistido de sonhar; não suportava mais tê-lo apenas em suas ilusões, seus delírios de mulher apaixonada que a estava matando por dentro.

Tentara esquecê-lo, mas todas as noites antes que o sono chegasse era nele que pensava, seus olhos se fechavam e o sono as vezes a poupava e nenhum sonho a possuía e quando despertava sabia ser esse mais um dia sem ele.

Precisava ter forças para aceitar estar mais um dia tão só, Marjorie sentia seu peito apertado, uma dor súbita a consumia, uma dor viva que a impedia de respirar, uma dor tão intensa quanto a que sentia por não ter ao seu lado seu verdadeiro amor.

Necessitava sair de casa, andar pelas ruas de sua pequena cidade em busca de ajuda, precisava ser socorrida. A chuva fina de um verão chuvoso a perseguia eram gotas que saltitavam ao seu redor e por seu corpo transformando seu caminho fresco, precisava respirar, deveria manter-se viva.

Caminhava a passos firmes decidida a tomar a única decisão que tomara para seu prazer interior, deveria buscar motivos para continuar se sentindo mulher. Precisava ir ao seu encontro.

Quando seus olhos se viram imediatamente soube que era tarde para retroceder. Marjorie nunca fora tão determinada, mesmo que se arrependesse depois, não se afastaria desse homem hoje, não o espaço necessário que ele tivesse que ter para que a alcançasse.

Ele quando a viu parecia não acreditar, tantas vezes a chamou para estar ali e naquele momento quando não esperava a vira entrar caminhando rapidamente em sua direção e a deteve com um beijo na face.

Marjorie estava onde ele era dono e senhor, onde ele ditava as regras, estava no local que ele conhecia, ali ele a dominaria.

Marjorie sabia da escolha que fez.

Por muito tempo esperaram esse encontro, de repente tudo poderia ser mudado, uma nova história seria escrita, estavam com seus destinos agora em suas mãos.

As mãos de Enrique foram as primeiras a buscar o tempo perdido, quando tocaram a nuca de Marjorie ela já sabia que esse toque era só o inicio, seus olhos se encontraram e ela permitiu-se ser olhada e acariciada pelos olhos do homem que amava, seus cabelos estavam molhados de chuva, ele os arrumou cuidadosamente, ela estava tão próxima, mas ainda tinha medo de se decepcionar, queria muito que esse amor imaginado, desejado e guardado fosse real. Quando sentiu as mãos de Enrique no seu rosto, nos seus braços, enlaçando o seu corpo num abraço firme, o abraço que Marjorie tanto queria…

Ela, porém quis lutar, um último esforço contra seus sentimentos, mas ele agora a tinha entre seus braços, ela estava em seu mundo, onde ele era viril, forte e sem querer mais que ela decidisse pelos dois finalmente a beijou.

O beijo mais doce e forte que Marjorie já provara, eles ainda sabiam bailar aquele ritmo tão único, foram amantes pelos segundos não contados que durou aquele beijo roubado.

 

Sara Mel

02/07/2011

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DESCRIÇÃO DO VÍDEO: I´m done (legendado) – The Pussycat Dolls