Marjorie o conhecia há muito tempo, e os anos não o modificara, só acentuou os seus defeitos, as suas fraquezas.

Quando era jovem o comportamento de Enrique era quase sempre o mesmo, ela ainda se lembrava, tinha o olhar astuto, as desculpas necessárias e as ausências constantes.

Marjorie nunca entendeu esse comportamento “Mandrake” de ser do homem que sempre amou. Por tantas vezes pensou que ele pudesse algum dia sumir para sempre, mas não o fez, ele sempre voltava sorrindo, completamente feliz, um quase menino, como se absolutamente nada tivesse acontecido.

Marjorie sofria com sua ausência e esperava sua volta e ele sempre voltava.

Ela pensava que talvez um dia ele pudesse mudar. Isso era o que ela desejava. Ansiava tê-lo de verdade, sentir-se segura, protegida por ele, mas o destino os separou, foi inevitável.

Marjorie com seus sonhos, seus planos, seus estudos, novos amigos, o crescimento em sua vida veio através do seu esforço, a família fora seu alicerce e ela o congela dentro de si por anos.

Ele por sua vez viveu o resto do tempo que lhe restara sendo infeliz envolto em brigas, noites de bebedeira, drogando-se, sumindo e voltando. Fizera de sua vida uma mágica sem explicação, constante. Tornara-se muito mais “Mandrake” que ele mesmo pudesse suportar.

Marjorie já não aceitava mais esse comportamento tão infantil, esse homem que se negava em crescer, que não mudou através dos anos que os manteve distantes, esse homem ela não queria.

Sabia existir amor, sabia que poderiam ser felizes juntos, mas tinha medo de sofrer novamente com suas ausências, teria que livrar-se dele, expulsá-lo de seus pensamentos e continuar vivendo o mantendo longe. A razão nesse caso a defenderia do mágico que conheceu um dia.

Sara Mel

01/05/2011

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COMENTÁRIOS ADICIONAIS: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Mandrake, o mágico, é um personagem de banda desenhada, criado em 1934 por Lee Falk (também criador do Fantasma). Falk encarregou o desenhista Phil Davis do desenho de suas histórias. Mandrake era um ilusionista que se valia de uma impossível técnica de hipnose instantânea, aplicada com os olhos e gestos das mãos, e de poderes telepata. Quando o narrador informava que ele executava seu gesto hipnótico, a arma do vilão se transformava em um buquê de rosas ou numa pomba.

O personagem foi baseado em Leon Mandrake, um mágico que fazia performances no teatro pelos anos 20, usando uma cartola, capa de seda escarlate e um fino bigode. O desenhista Davis conheceu Leon, relacionando-se com ele por muitos anos.

Características

Ambientada nos anos trinta, a história nos mostra Mandrake elegantemente vestido em finos ternos, usando cartola e luvas e uma capa forrada em vermelho. Morando em Xanadú, propriedade fantástica no alto de uma colina (provavelmente baseada na vila californiana do jornalista William Randolph Hearst), combatia os criminosos usando a hipnose como arma. Sua noiva, a princesa Narda de Cockaigne, fictício reino na Europa oriental, e seu companheiro inseparável, Lothar, gigante príncipe africano que abandonou sua tribo para acompanhar o mágico e surrar os bandidos com sua força, eram os personagens mais constantes nas histórias. Lothar, provavelmente, foi o primeiro personagem negro nas histórias em quadrinhos, mesmo que de uma forma caricata, usando roupas de pele e um chapéu típico turco.