Priscila, esse era o nome que usava quando estava se divertindo com os homens, aqueles seres atraentes e necessários para que ela pudesse esquecer o único que a fizera sofrer, escolhera esse caminho por achar que desse modo não se sentiria tão só, tão desprezada. No fundo sabia que esses momentos de prazer duravam apenas o tempo necessário para saciar-se. Para enganar seu corpo sedento de amor.
Em cada pele que toco,
Sinto diferentes arrepios,
Mas na monotonia de um toque,
Está você.
Quando Priscila encontrava o corpo perfeito, o sorriso disponível, os movimentos adequados, não pensava duas vezes e arremessava-se sobre seu próximo brinquedo. Era assim que ela os via, como um jogo. Jogava e ganhava sempre, nunca se envolvia. Permitiam-se várias caricias todos os toques, menos o beijo terno que só a ele ela dispensava.
A caricia pele a pele,
Pelo a pelo,
Unhas encravadas… Marcas castigadas,
Você no meu peito,
Eu em você
Ela sabia que podia estar com qualquer um, a qualquer momento, quando desejasse saciar sua fome de poder, quando quisesse suprir suas necessidades de mulher rejeitada, esquecida. A sensação que tinha é de nunca poder parar com aquilo, sabia que nada mudaria. Que não se arrependia dessa forma que encontrou de ser amada. Tinha consciência que não eram sentimentos que os mantinham juntos, mas fazia isso para continuar se mantendo sóbria. Dos vícios esse era o menor em sua
opinião.
E quando toco outra pele,
Tantas reações diferentes,
Tantas cores pálidas, escuras,
Tua pele em mim,
Tão diferente tão pura.
Mas Priscila sabia ser outra quando estava com ele, sabia ser menina, leve, solta. Apreciava o dia, se entregava ao sol, corria pela areia, construía sonhos, fazia planos. Era mulher como quase todas as outras, com medos, ciúmes, inseguranças e apaixonada.
E amamos, tocamos,
Pele tingida pelo sol,
Pele iluminada pela lua,
Corpos roliços, mentes vazias,
Sentidos perdidos.
No fundo ela não admirava a Priscila que era. A sombra que caminhava vagarosa pelas noites. Existiam dentro dela duas mulheres que se gradeavam constantemente. Uma teria que ficar para que a outra agisse livre. Nunca poderiam se encontrar num mesmo corpo, num mesmo lugar.
E toco, amando a sua pele,
Pele macia, áspera, limpa,
Sinto ainda êxtase,
E toco a espuma da tua carne carnuda,
Pra ver se é tua,
A pele, o corpo,
Que rasgo com unhas.
Sara Mel
Agosto/2010
6 comentários No Peles
Tamiris, mas nós podemos resgatar o romantismo sim sendo mais femininas e sensiveis, acho que não devemos nos igualar aos homens em tudo, cada um tem sua fatia muito importante em se tratando de amor.
beijuss da Sara 😛
aiiiii uiuiiiiiiiiiiiiiiiii….
Me deixouuu esse poemaaa
sem respostaaa.
hoje em diaaa
está difícil de encontrar o verdadeiro amor.
que se entrega de corpo inteiro e a alma..
hoje as coisas mudaram quanto homens e mulheres
querem só ficar.
não existindo mais aquele amor intenso..
isso depende da pessoaa com quer se relacionar
enfim.
bjo bjo maestra
Bom dia Gabriel.
Fiquei muito feliz com seu comentário.
Espero que além de inspiração o texto possa servir para fazer você compreender um pouco mais da alma feminina, que afinal é tão complexa.
Volte sempre ao CM
beijuss 😛
Sara, apesar de ser homem, adorei o seu texto que fala sobre uma mulher regeitada, vou guardar na minha mente, pois um dia isso pode me inspirar em alguma obra neh.
Bjss. Gabriel
Obrigada Jaci você é um amor!
beijuss 😛
Nossa Ju, que texto.
Estou sem ar.
lindo!!!
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