Existe uma grande discussão a respeito da importância da beleza, da personalidade e até mesmo da forma como a pessoa se comporta para que seja possível existir um relacionamento, pensando na qualidade e na longevidade do mesmo.
Muitos afirmam que a beleza, dentre esses tópicos é o que mais importa, enquanto outros acreditam que não é bem assim. É muito complicado tentar mensurar a importância desses três aspectos sem pensar na subjetividade, levando em consideração que a beleza é vista aos olhos de cada um, onde nem tudo que é bonito para mim pode ser bonito para você.
Na verdade, a beleza também está relacionada ao nosso aprendizado. Existem coisas (e pessoas) que aprendemos a acreditar que são bonitas, enquanto em outras aprendemos e acreditamos fielmente que não são. Isso tudo faz parte da forma como aprendemos a observar o mundo, levando em conta nossa própria história de vida e dos critérios que estabelecemos para ver algo como bonito ou não.
Recentemente, um estudo da Universidade da Carolina do Norte em Charlotte, nos Estados Unidos, demonstrou que pessoas bonitas geralmente têm melhores empregos, recebem melhores salários, assim como também estão mais susceptíveis a serem vistas com qualidades positivas, tendo em vista que quando vemos algo que gostamos, visualmente falando, nosso subconsciente pode atribuir outros aspectos positivos a isso.
O estudo tenta demonstrar o lado ruim existente em ter uma boa aparência, como por exemplo, mulheres bonitas que não foram admitidas em cargos de liderança ou ao fato de as doenças serem tratadas com menor seriedade quando ocorrem com pessoas mais atraentes.
Levando em consideração o estudo, surgiu a dúvida: será que nos relacionamentos existe alguma relação entre a beleza e o sucesso do mesmo?
A beleza pode ser um facilitador quando se trata em conseguir um relacionamento, mas ela em si não se faz suficiente, principalmente a longo prazo, para manter a relação. Somos levados a querer nos relacionar com pessoas com as quais achamos atraentes, pois atribuímos a elas outros aspectos positivos que nós queremos e imaginamos que tenham. Por exemplo, quando uma mulher vê um homem bonito e pensa, “ele deve ser um bom parceiro”, “ele deve saber como tratar uma mulher” ou até mesmo “este é o cara ideal para mim”.
Com o tempo, algumas dessas expectativas ou características atribuídas podem se mostrar como não verdadeiras, fazendo com que a pessoa se frustre e modifique suas expectativas positivas referentes ao relacionamento. Desta forma, somente a beleza por si só não é o suficiente para manter a relação.
Um aspecto negativo da pessoa pode fazer com que a beleza externa seja ofuscada, virando até mesmo algo negativo. Isto pode ser percebido em falas como “Ele é tão bonito, pena que não serve para namorar” e assim por diante.
Isto significa que a personalidade da pessoa, assim como seus comportamentos, influenciam e muito na manutenção e continuação dos relacionamentos. A beleza modifica-se também quando modificamos nossa própria opinião sobre a pessoa. Alguém que não nos agrade visualmente, pode, com o tempo tornar-se extremamente bonito quando suas caraterísticas positivas, como personalidade e comportamento condizem com o que acreditamos que alguém deveria ter para se relacionar conosco. Podemos exemplificar isto com a frase “Estou vendo ele com outro olhos agora”.
Neste caso, as características positivas internas foram suficientes para que algumas características “negativas” externas fossem modificadas, apenas para nossos olhos, ficando assim as características positivas mais fortes, possibilitando um relacionamento, mesmo que no primeiro momento a pessoa não tenha agradado tanto, visualmente falando. Novamente entra aqui a questão subjetiva da beleza.
Características externas como ser bom com crianças, saber lidar com os outros, ser gentil e afetuoso, mostrar-se seguro e ser financeiramente estável podem ser mais importantes do que a própria beleza para que um relacionamento ocorra.
Os homens tendem a procurar mulheres que demonstrem que serão boas mães para seus futuros filhos, que sejam organizadas e, principalmente, que demonstrem interesse em cuidar do relacionamento e dos outros.
Então, podemos concluir que a beleza tem um papel importante quando falamos em escolher um parceiro, mas somente ela não é o suficiente para fazer um relacionamento funcionar. Nós temos a tendência de procurar por parceiros que se encaixem em vários de nossos critérios, que podem transformar um candidato em um parceiro bom ou ruim, dependendo de nossas expectativas e critérios.
Desta forma, a escolha de um parceiro não se dá da noite para o dia, somente o interesse físico ocorre assim, podendo ser facilmente vencido. Quanto mais uma pessoa se encaixar positivamente nos critérios que elaboramos (consciente ou inconscientemente) sobre o que seria um bom parceiro para nós, maior a probabilidade de existir um relacionamento.
Portanto, a junção de atração física, personalidade e comportamentos condizentes com o que procuramos (geralmente positivos) é a melhor maneira de saber se um relacionamento irá realmente funcionar. Esses aspectos separados, a longo prazo, podem não ser o suficiente para possibilitar a manutenção da relação.