Olá!
Qual seria a melhor atitude a tomar, diante dos fatos?
Sou casada (ou fui) por 17 anos, tenho 44 anos e meu marido 45. Sempre tivemos um relacionamento muito bom e de confiança. Temos um filho de 10 anos. Muitos amigos comentam que ele sempre demonstrou gostar mais de mim que eu dele, dizem que sou bonita, sempre pareci mais jovem que ele.
Quando estávamos em um período maravilhoso do casamento, eu repensando muitos comportamentos meus, dizendo e demonstrando que o amava ,no início de 2008, ele me falou que tinha dúvidas sobre os seus sentimentos e estava pensando em sair de casa, mas que não existia outra pessoa ( dois meses antes me mandou um presente com cartão dizendo ” como nunca é demais dizer TE AMO”). Foi como se o mundo caísse, mas conversamos e disse a ele que era uma fase e iria passar. Ele havia retornado à faculdade para terminar uma 2ª graduação. Passados 6 meses ele continuava a falar que “tinha”, “precisava” sair de casa, mas não saia, parecia que queria o meu aval.
Pedi que ficasse um tempo sem ir a faculdadede, ele fez uma cirurgia. Nesse período vi um torpedo no telefone dele dizendo que estavam com saudades. Briguei e respondi o torpedo. Ele se referiu a pessoa como “coitada, mãe solteira, é só uma amiga.
Viajamos de férias, foi ótimo, mas quando retornamos a nossa cidade ele voltou a falar que precisava sair de casa e o fez. Só que retornou 3 dias depois que enviei um torpedo escrito “TE AMO” e ele respondeu perguntando se poderia voltar. Eu respondi que sim e ele retornou ( ele diz que telefonei e pedi para ele voltar). Mas junto com ele, retornou muita insegurança e desconfiança, e a partir daí não conseguimos mais viver como antes.
Ele nunca gostou de conversar sobre a relação, casamento, é muito fechado, não tem amigos, ou pelo menos não tinha …até aparecerem os amigos da faculdade. Comecei a ficar ligada e a fazer coisas antes impensadas : olhar celular, dar uma olhada na faculdade e ele começou a mudar. Começou a beber todos os dias, chegando em casa bêbado às vezes, e não vinha para casa mais cedo, quando podia, como antes, para ainda pegar nosso filho acordado. Pedi que saísse da faculdade, mas ele não quis. Acho que lá ele era O cara, inteligente, bom emprego, carrão ( tudo conquistado com a minha ajuda). Inclusive vim saber depois que arrumou um emprego para a tal amiga. Ele continuava negando um caso, mas eu o vi saindo de carro com a tal amiga e liguei dizendo que estava passando mal e ele veio para casa correndo, quase que ele chega em casa antes de mim. Falei o que tinha visto e ele disse que iriam sair pela 1ª vez . Lógico que não acreditei. Seria um bom momento para ele sair de casa né, mas não foi. Dormiu e no outro dia fiz a maior besteira telefonei para a casa da pessoa e falei com quem atendeu (a mãe) que ela estava saindo com um homem casado e ouvi da mãe que ela confiava na filha e estavam esperando sair os papeis para ficarem juntos.
Lógico que ela inventou coisas que não havia falado, nós discutimos e ele saiu de casa. No mesmo mês foi meu aniversário e ele mandou torpedo de manhã, cumprimentou-me com um beijo, convidou-se para almoçar, apareceu na festinha à noite e me levou para casa. Só não subiu para dormir porque não convidei. E passou a vir sempre, até hoje. Saíamos 2, 3 vezes por semana e ficávamos juntos, mas tive uma conversa séria que se houvesse possibilidade de reconciliação seria a dois e não a três. Essa conversa foi junto com um padre amigo da família. Dois dias depois, vi ele levando a moça em casa e não resisti. Fiz uma cena da qual não me orgulho, mas estava muito magoada porque naquele dia ele tinha se negado a lanchar com nosso filho dizendo que estava na aula.
Ficamos sem nos falar 2 semanas e nesse período ele entrou com processo de separação litigiosa sem termos discutido o assunto antes. A moça me mandou torpedos dizendo que ele tinha assumido ela no trabalho e escola. Até do padre ela sabia. Ele passou a apresentá-la como namorada. Aquilo parecia impossível, as pessoas não acreditavam porque ele sempre foi muito correto e discreto. Os amigos do trabalho falam que não existia um só dia em que ele não falava da família. E pasmem, o emprego da mulher é no mesmo prédio em que ele trabalha.
Passamos a nos falar novamente e ele dizendo que a separação não é algo definitivo, que até o divórcio, ainda existe possibilidade de voltarmos. Não consigo entender como alguém entra com litígio e pensa assim.
No período das férias ele desligou o telefone celular e vinha aqui todos os dias. Viajamos juntos durante 15 dias. A mulher não se intimidou e ligou para a casa da mãe dele, para a agência de turismo se passando por mim e quando voltamos e todos achavam que ele iria voltar para casa, eles voltaram a sair.
Ele passou a se comportar de maneira irreconhecível, inclusive com a mãe e o filho. Ficamos estremecidos, mas voltamos a nos falar. A 1ª audiência de separação foi adiada por ele e eu fui a formatura dele e incomodei bastante com a minha presença de última hora, porque já tinha decidido não ir, mas tenho o apoio de toda a família dele e foi de certa forma uma vingança, pois a vi chorando. Creio que já estavam separados. Do jeito dele, também demonstrava que não estavam mais juntos, mas nós também não estamos e é difícil acreditar novamente.
Nossa vida sexual sempre foi boa, mesmo depois do furacão ele nunca me evitou fisicamente, mas ultimamente temos evitado, apesar de estarmos sempre por perto (Natal, Reveillon, aniversários, almoços, jantares, etc.). Temos conversado muito, mas se o assunto é a separação, ele muda totalmente. Deleguei o assunto a uma advogada e também não toco mais no assunto.
Às vezes penso em definir a situação, porque ele sempre foi omisso e eu sempre tomei as decisões da casa pelo meu temperamento. Aliás, essa é uma crítica que ele faz sempre e diz que não vai abaixar mais a cabeça para mim. Ele lembra coisas de 10, 15 anos atrás, que eu nem lembro mais. Isso chama ressentimento. Ele diz que achava que eu ia chutar o pau da barraca e dizer já vai tarde e que não sabia que eu gostava tanto dele. Que eu vou arranjar alguém melhor que ele , mas ele não vai arranjar mulher melhor que eu. Já pensei na possibilidade dele estar fazendo tudo isso para me punir,sei lá. Ele mora com a mãe mesmo tendo condições de morar sozinho, só que a novela já dura 1 ano.
Estou pensando em entregar as coisas dele que estão em casa e dizer para ele ir e ser feliz numa boa, porque quem ama quer ver o outro feliz. Como posso pensar na volta se ele nunca foi de fato?
E o mais importante: mulheres cuidem bem dos seus maridos, homens cuidem bem das suas mulheres para não dar brecha para os oportunistas de plantão.
MMS.
Olá MMS,
Obrigado por ter enviado sua dúvida. Vamos a ela.
Para não ficar explicando teorias enormes, vou tentar resumir e falar de uma maneira bem simples. Existem pessoas, geralmente as que se tornam “submissas” durante os relacionamentos, que, por um bom tempo, aceitam tudo sem falar nada, porém estão guardando aquilo e um dia não agüentam mais e explodem.
É o que está acontecendo com seu marido. Fazendo faculdade, ele viu que poderia se sentir bem novamente, que não precisava ser maltratado já que outras pessoas o tratavam bem.
Ele te ama, porém, inconscientemente quer se vingar dos tempos de “maus tratos”. A comprovação maior foi ele ter dito que não abaixará mais a cabeça para você e lembrar coisas de 10 ou 15 anos atrás.
Por isso que ele vai e volta, mas nunca toma uma decisão. Ele quer ficar com você, mas quando se lembra de algo do passado, revolta-se, quer terminar o relacionamento e se afastar.
E eu sinto em lhe dizer, mas isso vai continuar sempre, a menos que ele decida esquecer todas as mágoas. Muitas vezes isso só é conseguido com terapia. Avise a ele que, como disse Shakespeare, “guardar ressentimento é como guardar veneno e esperar que o outro morra” (inclusive falei isso em um post anterior) e ele deve tomar sua decisão. Se quer ao menos tentar deixar tudo de lado, ou não. Mas pelo comentário de que nunca mais abaixará a cabeça para você, parece que ainda não está pronto para isso.
Para ele, tudo está ótimo. Ele fica com a esposa e família quando quer, e nos momentos que lembra das coisas ruins e fica com raiva, sai com a outra. Para que mudar isso? Mas você tem que ver se está sendo bom ou justo para si mesma. O que você tem sentido em relação a isso? Vale a pena aguentar tudo isso? Você merece essas coisas devido ao que fez?
Pense em tudo isso e tome uma decisão. Às vezes a dor que sentirá pelo fim é menor da que está passando por todo esse tempo.
Espero ter ajudado.
Um beijo,
Doutor Neurônio
AJUDE A MANTER O CÉREBRO MASCULINO NO AR. VISITE OS SITES PARCEIROS!
Siga o Cérebro Masculino no twitter: http://twitter.com/CerebroMasc e saiba instantaneamente quando o blog é atualizado.
Envie você também sua história em www.cerebromasculino.com/contato que terei o maior prazer em ajudá-la.
AGORA TENHO MSN: [email protected]