Sempre dou uma olhada nos livros disponíveis para venda na loja brasileira da Amazon e, por sinal, compro a maioria dos meus livros lá. Além disso, eles têm uma lista de livros gratuitos e por diversas semanas, o livro Equilíbrio, de Flávia Mariano, continua no top 5 mais baixados gratuitamente. Então resolvi lê-lo.

A história conta sobre a vida de Marília, uma jovem executiva de um banco que praticamente vive para o trabalho. A sua vida se resume ao banco e aos confortos e tecnologia que seu salário pode pagar. Ela tem uma irmã que largou a vida para ser dona de casa e a mãe, que dedicou-se à família e acabou sendo trocada por uma mulher mais nova. Por isso, é revoltada com a vida e criou as duas filhas para viverem para o trabalho.

Enquanto a mãe apoia a vida de executiva de Marília, a irmã – que adora ler livros de autoajuda – prefere uma vida mais tranquila e calma – que Marília despreza e tem preconceito, por sinal. Por isso, brigam muito. Com o tempo, Marília vai vendo que as coisas que a irmã fala fazem sentido.

Ela começa a perceber como as pessoas vivem para tecnologia e não têm mais vida própria. Quando nos reunimos com amigos ou familiares, recebemos diversas ligações, ficamos nos smartphones e não damos mais atenção às pessoas. A partir daí, o livro começa a trazer várias reflexões sobre a vida atual e Marília, depois de um reencontro com o ex (que a deixou, pois ela vivia para o banco), decide ir à Capadócia em busca de equilíbrio.

Ao contrário dos outros, que visitam a região para se isolar do mundo, ela quer encontrar equilíbrio entre a vida de executiva que adora e a vida pessoal. Mas começa a parecer uma repetidora de frases de autoajuda. Em praticamente todo diálogo tem frases feitas e acaba virando meio monótono.

Mas até aí, tudo bem. O livro estava me fazendo refletir, pois costumava trabalhar demais também e ser ligado excessivamente em tecnologia. Até quando fui ao médico e o mesmo atendeu o celular – coisa mais que comum atualmente – achei ruim, pois se estou ali, a minha saúde deve ser a prioridade. Engraçado que antes do livro, nunca me incomodei. Também me ajudou a dar mais atenção às pessoas que fazem parte da minha vida.

No entanto, a parte final do livro simplesmente o destrói. Fica uma história nada a ver. Ela conhece um cara maconheiro e com todo esse estilo que ela tem nojo. Quando ele corta o cabelo, ela se apaixona perdidamente e fica alucinada pelo mesmo, praticamente doente. Faz barracos e estraga tudo que o livro tinha trazido de bom.

O livro também traz uma linguagem bem acessível – às vezes, até demais – utilizando termos bem simples, o que torna a leitura agradável a todos. No entanto, poderia prestar mais atenção a algumas regra de linguagem como colocação pronominal. Acredito que podemos sim escrever de maneira simples – eu escrevo assim – mas as regras gramaticais devem ser seguidas.

Mesmo assim, vale a pena ler pela reflexão. Se você pegar as partes boas, pode te ajudar bastante e recomendo que leia. Esse livro é Volume 1, então deve ter continuação, mas não pretendo adquiri-lo devido à parte final do primeiro.

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