Estou em uma situação muito complicada, pois namoro há 4 anos e 4 meses, amo muito meu namorado, porém até meus 3 meses e meio eram ótimos, como passamos a nos vermos todos os dias por trabalharmos próximo um do outro, dai vieram as brigas!

Há 8 meses me interessei muito pelo meu colega de trabalho. Nunca trai meu namorado, mas me sentia muito atraída por esse colega. Tudo que meu namorado não tinha, meu amigo tinha. Só que o problema maior era que meu colega de trabalho já tinha um filho recém nascido e morava com a mãe de seu filho, por isso que eu não dava indireta e tudo!

Porem, esse colega de trabalho arrumou outro emprego e eu fiquei extremamente triste, e dai se passaram 4 meses sem vê-lo, começamos a conversar novamente pelo telefone, pois não conseguia ficar sem conversar com ele, ficamos então nos paquerando somente por telefone, ele me disse que tinha muita vontade de ficar comigo, mais ficava com medo de eu dar um fora nele…

Ele me disse que a mãe do filho dele era insuportável e iria largá-la, vai esperar ate que seu filho tenha certa idade para escolher com quem ficara! Estou ficando com ele 2 meses, e entre esses dois meses, meu namorado estar super romântico comigo.

De tanto o outro falar que me ama estou gostando dele, ele é demais, não é papo de homem, pois ele é onze anos mais velho do que eu e quer ter uma vida mais relax. Não sei o que fazer, esse cara já ta me pressionando para largar o meu namorado, mais eu amo os dois de maneiras diferentes, gostaria de ter os dois mais tenho que escolher, me ajuda não consigo mais viver assim, tenho que tomar uma decisão o mais rápido possível! Se não fico sem os dois. Obrigada beijos, espero retorno.

Olá C.,

Em primeiro lugar um recado às nossas leitoras. Se você está escrevendo um email para nós com o intuito de a ajudarmos, é muito importante que você releia o que escreveu antes de enviar, checar se o seu texto não deixa dúvidas, se está coerente, e tem o mínimo de objetividade que nos permita compreender sua história.

O primeiro parágrafo do seu texto C., me deixou uma dúvida. As brigas começaram logo com três meses de namoro é isso? Porque a frase “até meus três meses e meio”, está relacionada a que? Três meses e meio como namorada, há três meses e meio atrás. Ficou meio confuso de entender, mas vamos lá.

Pelo que li você nunca traiu seu namorado até se envolver com esse colega de trabalho e a partir daí foi inaugurado o “belíssimo” adorno de cabeça no seu companheiro. Pois bem, quatro anos e quatro meses de namoro me parece que foi o prazo de validade para esse relacionamento porque a partir do momento em que se perde a lealdade, algo da vida a dois se perde também e não há reclamação que justifique tal ato.

Isso serve tanto para as mulheres quanto para os homens que possuem uma namorada chata e que usam essa desculpa para pularem a cerca, o muro, o portão e tudo mais.

Bom, você está ficando com esse cara há dois meses e ele ainda consegue te enrolar dizendo que vai largar da “mãe do filho dele”? Desculpa querida, mas essa tática é manjada, velha e sem criatividade nenhuma. Desde quando filho tem a ver com separação? Muito pelo contrário, quando o filho é mais novo a possibilidade dele entender uma separação em um curto espaço de tempo é maior. E hoje em dia existem “n” alternativas para suprir a presença do pai ou da mãe na vida da criança, dias alternados, revezamento de períodos e muita conversa, é questão de combinar.

Agora, deixa-me ver se entendi bem, ele ainda fala que te ama? Fica te pressionando para você largar do namorado e tem medinho de tomar um fora e talvez por conta disso ainda fique junto com a tal mãe do filho dele? Não farei muitos comentários sobre isso porque afinal de contas a escolha é sua, porém vejo essas perguntas como chave para você analisar bem com quem você está ficando e qual a perspectiva de que exista um “futuro” nesse relacionamento.

O que você quis dizer que não é “papo de homem”? Que tipo de ações ele tomou que lhe convenceram disso? Se basear apenas pela diferença de idade não diz muita coisa porque os tarados, descompromissados, enroladores também envelhecem. Não estou dizendo que ele se enquadre em algum desses adjetivos, mas entendo que você está se sentindo de certa maneira segura com ele a ponto de tentar ir adiante nessa história, mas pense bem.

Por outro lado existe o seu namorado. Não o conheço. FATO! Mas não havendo reclamações maiores sobre sua pessoa, entendo que ele deve estar nesse momento talvez pensando em você de maneira carinhosa, enquanto que a senhorita se lança nos braços alheios. Isso é legal? Uhhh sei não, mas o fato é que por conta de uma situação como essa que muitos homens estão também repensando o conceito de relacionamento.

Sabe que esses dias em uma roda de amigos que jogam futebol toda semana (umas 12 pessoas), de diversas idades e graus de escolaridade surgiu o assunto relacionamento. (e vocês pensavam que homens só conversavam sobre putaria?). Bom, sabe qual foi a dúvida maior que eles tem com relação às mulheres?  Saber se elas realmente estão com eles, ou seja, estando junto será que a companheira efetivamente está levando o relacionamento a sério?

Insegurança masculina? Talvez. Medo por conta da banalização sexual por parte de algumas mulheres? Talvez. Várias são as hipóteses, mas a questão é que há a necessidade de uma conversa a dois. Algo que as pessoas possam olhar com sinceridade e sentir que ali, naquele relacionamento existe um compromisso efetivo e mais que isso, exista lealdade, um querer bem, um sentir-se bem por ver o outro feliz e querer somar a isso.

Contudo, alguns deles disseram: “Por isso que eu “pego” mesmo e depois descarto porque não dá para confiar muito na mulherada hoje em dia.

Desculpa pra poder ir para a sacanagem? Em alguns casos pode até ser que sim e não duvido que algumas leitoras tenham pensando nisso, mas diante do caso da nossa leitora eu não pensaria somente sobre esse ângulo.

Quanto à sua dúvida em escolher ficar com um ou com outro, acho que saber disso seria conseqüência de você saber o que você quer? Afinal de contas está há quatro anos e quatro meses com um e deve ter informações suficientes para saber o que cabe na sua vida ao ponto de continuar e  o que não cabe. A partir disso, faça uma escolha porque as pessoas sempre serão falhas, terão coisas faltando e não adianta você ficar querendo arranjar uma que preencha o que a outra não lhe dá mesmo porque esta pode ser falha em outras coisas. Esse modus operantis é egoísta demais para dar lugar tão a sonhada felicidade.

Até mais!!

Márcio Oliveira

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Meu Blog: As Palavras

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