Ser ou não ser?

Estava lendo sua resposta no tópico sobre “O que fazer com as mágoas?” e fiquei pensando, o que eu devo fazer?

 

Estamos juntos há 1 ano e nesse período nunca brigamos, nunca gritamos um com o outro, sempre resolvemos nossos problemas na base do diálogo. Contudo, há um erro que ele cometia muito e sempre conversei sobre isso com ele, eu explicava que ficava magoada, ele dizia que ia parar e voltava a cometer o mesmo erro.

 

No nosso primeiro dia dos namorados eu quase terminei com ele, por não agüentar mais, nesse dia ele mudou radicalmente, pelo menos com relação ao erro. Digamos que ele reduziu a quantidade de vezes que cometia o dito erro, porém ainda acontecia.

 

Três dias depois do nosso aniversário de 1 ano, o mesmo erro de novo. Eu gritei que chega. Eu não agüentava mais. Estava machucada e sempre que ele voltava a cometer o mesmo erro eu lembrava de todas as outras vezes. Sempre o perdoei e sempre conversei a respeito, mas nada acontecia. A freqüência podia ter diminuído, mas o erro voltava a acontecer.

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Bem, no dia que gritei “Chega!”, que não agüentava mais, eu ainda o amava e ele sabia disso. Ele chorou e me pediu mais um tempo para tentar fazer diferente e em nome desse amor eu estou dando esse tempo para ele. Contudo, no meio dessa mudança o mesmo erro acontece mais uma vez e eu não sei mais o que fazer. Eu sei que ele esta tentando, eu sei que ele me ama, eu também amo ele, mas não sei se agüento mais chorar por causa do mesmo erro. Acho que o que eu preciso não é nem um conselho, mas uma palavra amiga que me de força para suportar esse período, pois eu me sinto sozinha agora.

 


 

Olá M.,

 

Confesso que, apesar de não ser mulher, mas fiquei muito curioso para saber o que exatamente o seu namorado faz de tão errado assim que precisa ser corrigido, consertado, arrumado, como se fosse um pré requisito para sua existência ao seu lado, e pelo jeito é.

 

Pensei desde coisas básicas como arrotar à mesa, soltar flatos na hora da transa, até uso de drogas ou saídas inesperadas com garotas de programa. Mas, independente disso, a maneira que você nos conta sobre seu relacionamento deixa uma coisa bem clara. Ele é e tal jeito, faz tal coisa e pela descrição, não parece que vai “mudar” isso tão cedo a não ser que ele tenha ajuda profissional, se é que o problema em questão exija isso, mas caso não seja algo tão grave assim, por que é tão difícil você aceitar que ele é de determinada maneira e que o seu papel não é o de “consertá-lo”. É um pouco complicado quando não gostamos de certas coisas da pessoa que está conosco. Conversa sempre é o fundamental, na tentativa de tornar a convivência amigável, compatível e para vermos mesmo se queremos ou não estar do lado de tal pessoa.

 

Apesar da sinceridade ser importante, temos que tomar cuidado para não tomarmos o parceiro como alguém que temos que “cuidar” para dizer o que é certo ou errado no mundo. Podemos amar, claro, mas não temos o direito que esse amor seja do jeitinho que nossa cabeça quer.  Se vocês já chegaram no estágio das brigas, sermões e mágoas, ta na hora de repensar esse relacionamento pois de que adianta haver amor de ambos os lados e a convivência não ser possível ?  Ou então vocês tem que inovar nesse relacionamento. Tem casais vivem muito bem, se amam, se gostam, se respeitam, mas cada um na sua casa, cada um com seu tempo para curtir a si mesmo e nesse contexto, cultivam um tempo para ambos. Moderno não, maduro sim. A maturidade vem do conhecimento de uma situação, das coisas que envolvem essa situação e na forma como você vai lidar com isso da melhor maneira possível e cujo sofrimento não seja o resultado disso, mas apenas uma dificuldade a ser vencida.

Até mais!!

Márcio Oliveira

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Psicólogo, consultor de relacionamentos e quase Mestre pela USP-SP. Meio NERD, completo romântico, mas não abre mão de um intenso beijo na boca e um alinhamento entre coração, corpo e mente.

2 comentários No Ser ou não ser?

  • Ahhhhhhhhhhhhhhhhh agora entendi, bom, se ele insiste tanto em falar das ex namoradas, talvez isso acabe servindo como desabafo, sei lá. Porque creio que ele não falaria gratuitamente, a não ser que o objetivo seja de lhe deixar chateada. Talvez ele use isso para se sentir melhor com relação a própria história, mas convenhamos que você não é uma amiga dele e nem ao menos sua terapeuta. Ouvir algumas coisa de vez em quando pode até ser algo normal porque afinal de contas você faz parte da vida dele assim como ele faz da sua e ambos tem histórias. Você diz que ele conta isso quando vcs não tem assunto, bom,creio que uma hora acabem as namoradas que passaram pela vida dele, ai será hora de procurar outra coisa do que falar, fora isso, se você se incomoda, ele tem que respeitar. Até mais!

  • Olá Márcio
    Desculpe se não fui clara ao contar a situação. Eu e ele nunca brigamos e o erro não é nada “sério”, só me encomoda. Ele tem a mania de, cada vez que ficamos sem assunto, começar a contar história das ex-namoradas dele. Eu já pedi para ele deixar essas histórias para os amigos dele, mas ele continua. Parece ser importante pra ele que eu saiba de cada detalhe, desde como se conheceram, tempo de duração, as brigas que teve com cada uma até em qual motel ele foi com cada uma delas e como foi. Ele tem 24 anos, mas acho que esse tipo de coisa ainda dá para mudar, não é? Fui ensinada a evitar assuntos que possam magoar outra pessoa, é meio dificil para eu entender qual a dificuldade dele em fazer isso. Meu ex-namorado também tinha histórias, mas como comentava em raras ocasiões, normalmente quando eu perguntava, ficava tudo bem. Nunca tive problema com o assunto ex. Porém agora, com a frequência que ele fala, eu comecei a ter ciúmes e a me magoar. Eu acho seriamente que não precisava saber até o nome do motel que ele foi com Fulana, não acha?

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