Olá,

Achei bem interessante o site e o conteúdo das respostas, que me passaram bastante coerência e por essa razão, decidi escrever.

Conheci um rapaz de 34 anos na rua, em companhia de minha filha de 3 anos, em Fevereiro. Foi algo rápido, que ele não tinha nem aonde marcar meu telefone, mas conseguiu gravá-lo na memória e me ligar no dia seguinte. Dali em diante passou a me ligar todos os dias, sempre sendo carinhoso nas palavras e perguntando sempre por minha filha.

Uma semana depois nos encontramos para beber algo e foi muito bom, porque existia uma química incrível.  Ele dizia não ter ninguém, apenas uma ficante, mas que tinha se apaixonado por mim. De qualquer forma, apenas nos falávamos diariamente por telefone e conseguimos nos encontrar novamente no final de Fevereiro, dia em que acabamos transando.

Foi legal, ele foi atencioso, mas ficou pouco tempo comigo, o que me deixou frustrada. No dia estava com uma guia no braço, porque sou umbandista e ele se mostrou estranho quando expliquei o que era.  Dali em diante, tudo começou a mudar. Ele disse que não queria mais me ver por causa da guia e se afastou.

Para mim isso foi um choque, porque me pareceu mais uma desculpa e que talvez não tivesse gostado de mim na cama. Falei para ele minha opinião, mas ele dizia ser pela guia e a forma como enxergava minha crença.

Mandei uma sms dizendo que assim mesmo gostava dele e me afastaria, respeitando sua decisão. Ficamos um pouco mais de duas semanas sem nenhum contato e quando mandei um sms dizendo que havia conseguido um novo emprego, ele voltou a me procurar, mas não como antes.

Me ligava ou mandava sms para saber como eu estava, se estava gostando do trabalho, como estava minha filha e coisas assim. Nesta semana respondi de uma forma mais carinhosa e ele retornou da mesma forma e dizendo que queria me ver e dali em diante ligações e sms´s constantes. Essa próxima semana devemos nos encontrar, mas tenho um pé atrás porque sei pouco da vida dele. Fico na dúvida se está realmente sozinho. Sei que tem uma filha, mora sozinho. No mais, é tudo muito nebuloso.

Queria a opinião de vocês, sobre o que devo esperar e como poderia me comportar. Sinto algo diferente por ele e gostaria que pudéssemos nos relacionar e tenho medo que essa vontade me cegue para o que realmente há por trás de tudo isso. É um homem que se eu ligar e por algum motivo ele não atender, em cinco minutos me retorna. E sempre que disse que ia ligar, ligava. Mas não nos vemos, não posso marcar algo contando com que ele vá, e isso me incomoda.

Queria vê-lo mais, mas dentre algumas desculpas estão o cansaço, falta de carro e também porque nesse meio tempo estava desempregado. Essas questões até imagino que pesam, mas serão esses os motivos mesmo ?

Agradeço a a atenção de vocês. Grande abraço

Olá I.

Nebuloso, essa seria a palavra chave desse post e que você traduziu muito bem no seu relato sobre a situação que vivencia. Cara I., realmente um relacionamento tem poucas ou quase nenhuma sustentação sem a menos ter algumas raízes fincadas no chão e é nítido o quanto que falta dessa cumplicidade no tempo que você está se relacionando com esse homem.

É claro que algumas coisas não são para serem descartadas, como o carinho e a atenção que ele lhe deu, no mínimo ele foi educado o que é um ponto positivo, mas como todo aventureiro antes de atravessar qualquer ponte, é necessário observar e conhecer bem ao redor para saber se a tal ponte comporta a sua passagem. Portanto, caminhe no seu ritmo.

Essa questão levantada sobre a sua religião é suspeita a não ser que ele realmente seja preconceituoso, nesse caso é bom pensar e ver se é isso mesmo que acontece. É importante que você realmente vá desvendando esse “mistério” sobre a vida dele para saber até onde você pode ir. Entendo que quando a gente gosta, queremos um algo a mais, e principalmente estar junto de maneira concreta, sincera, espontânea e intensa. Essa transparência é bela mas não espere do outro essa reciprocidade porque a partir do momento em que nos abrimos, estamos exercitando a nossa liberdade  e que, as vezes, pode ir em desencontro com a do outro. Assim como podem haver belíssimas descobertas a dois, mas é uma questão de tempo, tato, conversa, olhares e intuição. O que será que a sua intuição diz sobre ele?

Se algo lhe angustiar muito dentro disso que está vivendo, nada a impede de pedir uma orientação aos seus guias e protetores. Conheço a oração à mãe Oxum, ela é belíssima e inclusive tem como função a de clarificar algo nebuloso em nossas vidas quando algo nos aperta dentro do peito.

Como lhe disse, a sua intuição e as orientações podem lhe auxiliar, mas esteja aberta também para conhecer melhor essa pessoa com a qual você está saindo, já que há um gostar, um querer bem nessa história. Às vezes o que precisamos é apenas fazer um ajuste fino na sintonia dos encontros para que as histórias se desenrolem melhor. Há de se ter conversa, olhos nos olhos, sinceridade e respeito principalmente à nossa liberdade e à liberdade alheia.

Até mais!!

Márcio Oliveira
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