Houve um tempo em que os homens eram orientados pelo sol, foram os babilônios provavelmente 5000 A.C que a partir da descoberta do meio dia solar, esses homens dividiram o tempo em manhã e noite, muitas outras formas foram utilizadas na tentativa de entender quanto tempo demorava o dia, uma delas foi o relógio a base de velas, areia, pois o relógio mecânico só se popularizou em meados do século 18 com engrenagens movidas por pequenos pesos e nem sempre era preciso.
Hoje temos o passar do tempo nos nossos pulsos, celulares, móveis e somos controlados por ele: o relógio.
Temos hora para dormir, acordar, trabalhar e repetimos isso inúmeras e inúmeras vezes até nos fartar. Até o amor obedece as regras do tic tac diário a que somos submetidos, pois marcamos a hora de nos encontrar, e se nos atrasamos rola o maior stress.
A pergunta que não quer calar: Por que o homem buscou tanto o controle do tempo? Por que temos tanta necessidade de saber quanto tempo diário nos resta? Por que simplesmente não conseguimos obedecer nossas necessidades naturais?
Seria tão simples se dormíssemos quando tivéssemos sono, acordássemos quando estivéssemos descansados e tantas outras coisas. Na realidade o que sinto é que lutamos o tempo todo contra as nossas necessidades naturais.
Descobri que passo grande parte do meu tempo observando as horas, os minutos e os segundos, e isso me causa uma angustia controlável. As vezes desejo que momentos pudessem ser prolongados, mas não são porque o relógio marca a hora que devo parar, que devo voltar, ele me faz interromper por vezes algo que me está dando uma imensa alegria.
Você alguma vez já se sentiu assim? Frustrada porque não tinha mais tempo?
Eu já senti inúmeras vezes a frustração de ter que dizer a alguém que infelizmente eu tinha que ir, porque o relógio marcava a hora exata de fim.
E depois pensava… Se o relógio não existisse eu teria ficado mais.
Eu parei de usar meu relógio de pulso com a falsa sensação de que iria escapar do famigerado tic tac… Ledo engano, sempre há um relógio pendurado marcando a hora exata, eles geralmente ficam bem a vista, você não consegue escapar das obrigações que ele lhe impõe.
Mas, aprendi que tudo na vida tem seu lado bom… Felizmente, às vezes, ele nos livra de momentos intermináveis em que não vemos a hora do seu término.
E como tudo que existe se for bem usado coopera para a nossa felicidade que tal começarmos a marcar nos relógios também as viagens que vamos fazer, os filmes que vamos assistir, as festas que vamos planejar e pedir para que ele nos avise para não perdemos nenhum minuto desses momentos.

Sara Mel
02/03/2013
[email protected]
http://twitter.com/Sarammel
http://www.facebook.com/profile.php?id=100001624131488
http://textosdasara.blogspot.com/